sábado, 8 de junho de 2019

Aprendamos com a gestão


Esta semana foi marcada por muitas mobilizações na Câmara de Vereadores e pela realização da Assembleia Geral dos agentes de saúde convocada pela Associação dos Agentes Comunitários e de Endemias de Salvador (Aaces). É a Campanha Salarial 2019 da categoria a todo vapor.


Não há dúvidas de que o fato que a marcou foi a presença maçiça dos servidores na assembleia e, finalmente, a ressonância dos apelos de Enádio Careca  ( presidente da Aaces) pela unificação da luta em prol dos agentes  sobre as demais lideranças. O Piso Nacional e o Horário Ininterrupto é o mote dessa união. Todos defendem a mesma linguagem. O que era  Torre de Babel, agora, são discípulos no Cenáculo.

Além disso e em decorrência da expressiva  mobilização dos trabalhadores, uma Mesa de Negociação foi convocada, mas não levada a termo devido a questões particulares de Thiago Dantas, titular da pasta de Gestão.

Em relação a mesas de negociação, os gestores são experts. Planejam, usam estratégias inteligentes e já entram no jogo sabendo as peças que vão jogar. Um simples adiamento nas negociações pode significar um estratagema, uma manobra para ludibriar quem está na expectativa de uma resolução. No entanto, eles se mostram temerosos quando veem uma categoria unida, combatente e aguerrida, orientada por uma liderança comprometida com os interesses dos trabalhadores e que demonstre  altivez na luta.

O empecilho aqui pode ser o imediatismo que tenta a classe trabalhadora. Muitos de nós pensam que o processo de uma campanha salarial deve ser rápido. Esse imediatismo revela uma consciência político-sindical pouco desenvolvida, porque desconhece as artimanhas patronais no processo. Se ela for aliada ao sentimentalismo, provoca sérios danos, como a desmotivação da categoria. Aqui, a união sindical é de capital importância para manter a motivação e a esperança dos servidores acesas. Lideranças feito crianças em balbúrdia de São Cosme e São Damião levam a resultados catastróficos de uma campanha salarial.

Como trabalhadores, portanto, não podemos ser ingênuos, precisamos ter consciência da importância da nossa união na luta. Quem sustenta a luta somos nós, e a gestão precisa perceber isso. Não declinemos ao pessimismo ou aos agouros fáceis e convenientes. A vitória pode estar batendo à porta, mas precisamos nos esforçar,  levantar e abri-la. Ou seja, na luta precisamos fazer a nossa parte, fazer a devida cobrança de quem está liderando o processo e não se deixar arrastar pelo discurso fácil. Além disso, faz-se necessário que ativemos a consciência histórica de luta para discernir quem sempre esteve a nosso favor, e não contra. Isto é, precisamos ser tão espertos quanto os gestores. "Prudentes como as serpentes  e simples como as pombas".


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