Um sindicato ou uma associação existem para defender interesses de uma classe de trabalhadores. Agregam seu representados para, unidos, lutarem para conquistar determinada demanda. À medida que os trabalhadores participam ativamente da vida sindical, mais fortalecidos ficam o sindicato e a associação. Por outro lado, se não participarem, enfraquecem as entidades e, consequentemente, terão ainda mais dificuldades para que uma meta seja alcançada. Num processo de luta sindical, há três perfis de trabalhador, a saber:
a) O trabalhador idealista;
b) O trabalhador realista;
c) O trabalhador plausível.
O trabalhador idealista compreende a luta sindical no nível ideal, descontextualizada.Assim, não vê nem compreende os empecilhos. Ele é movido pela paixão e pelo sentimentalismo. Facilmente se sente desmotivado quando o objetivo não é alcançado ou demora a se realizar. Além disso, possui uma consciência ingênua do movimento sindical ou associativo. O fracasso da luta sindical, ele debita na conta dos representantes.
Do lado diametralmente oposto, está o trabalhador realista. Conserva a paixão pela conquista dos objetivos, mas contextualiza a luta sindical. Reconhece as dificuldades e os problemas encontrados no processo , participa ativamente da luta e acusa os companheiros que não aderem às mobilizações como os responsáveis pelo fracasso dos objetivos não atingidos. Esse trabalhador tem uma consciência sindical média e é inflexível com as demandas a serem conquistadas.
Já o trabalhador plausível é movido pelo sonho de ver o direito da categoria realizado, mas faz uma leitura das dificuldades e problemas que envolvem a mobilização sindical ( tanto dos representantes quanto dos representados e dos patrões), por isso acredita que entre o ideal e o real existe o possível. Tem plena clareza de que nem sempre o desejado é o alcançado, mas o que as circunstâncias politico-econômicas permitiram. Defende que na luta sindical a união e participação dos trabalhadores é de suma importância para a conquista de qualquer direito, mas não é determinante. O ônus do fracasso é principalmente dos patrões, que não respeitam nem valorizam seus empregados. É otimista, agregador e tem plena consciência sindical, além de ser aberto a diálogos e discussões.
Em nós, podem ser encontrados todos esses trabalhadores. Ora somos idealistas, ora somos realistas, quiça em algum momento, somos plausíveis. De uma coisa, porém, estamos cônscios: só compreendemos as durezas, resistências e dificuldades de uma mobilização sindical na participação ativa das lutas. Do contrário, ficamos reféns de um idealismo que alimenta pessimismo, desmotivação e falta de esperança. Numa luta por direitos dos trabalhadores, devemos ser movidos por ideais contextualizados em uma realidade específica e aceitando o que for possível conquistar, sem ilações, falsas promessas ou demagogias.