Antes de expor meu ponto de vista sobre a tão balburdiosa vigília, gostaria de deixar claro que considero de excelência a maneira como as Entidades Unificadas estão conduzindo as negociações para o cumprimento da Emenda Constitucional 120/2022. As mobilizações na Câmara Municipal - antes criticadas por quem hoje as defende - demonstraram-se ser de uma estratégia inteligente e perspicaz das Entidades. Fruto colhido: apoio do presidente da Casa do Povo. Souberam trabalhar muito bem o momento político favorárel em benefício à categoria.
Dito isso, passo à questão da "vigília" em frente ao Legislativo soteropolitano. "A Guarda Civil Municipal fez e deu certo. Por que não podemos fazer também?, podem argumentar alguns. O contexto da Guarda era totalmente diferente da situação dos agentes de saúde. Ela já tinha um Plano de Cargos e Vencimentos (PCV) pronto, definido, mas a gestão estava morosa em enviar para ser apreciado pelos vereadores. O acampamento surgiu como forma de pressionar a prefeitura para que remetesse logo o projeto para votação. Ou seja, já era algo papável, concreto que só precisava de um empurrãozinho; a mobilização na Praça Municipal feita pelos guardas foi o tombo para que o carro se movimentasse.
A ideia da "vigília dos agentes de saúde foi do Sindicato de Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combate às Endemiasda da Bahia (Sindacs). Quando soube, logo avaliei como descabida e inoportuna. Graças a Deus e a sensataz do Sindacs (BA), a ideia foi abortada. Mas há aqueles que tomaram posse da ideia e querem levá-la à frente.
Diferentemente da Guarda Civil, os agentes não têm PCV à vista nem sequer pronunciamento oficial da gestão a respeito. O que se sabe, segundo as próprias Entidades Unificadas, é que a prefeitura só quer "resolver" a situação quando a verba da União, em cumprimento à EC120, chegar. O repasse não foi feito ainda e tem previsão para agosto. Além disso, a questão da segurança é de capital importância. Até onde se sabe, os servidores não têm porte de arma, tampouco estrutura para um evento desses no momento. Mas, para mim, a principal questão está no fato da falta de consonãncia com a liderança maior, que são as Entidades Unificadas, uma vez que já declararam que, nas atuais circunstãncias, tal vigília é inoportuna.
Como respeito e reconheço o direcionemneto delas e pelas razões que já elenquei, não vejo sentido e objetividade na vigília - digo neste momento. Por isso, sou totalmente contra. Mas há os que pensam totalmente contrário a mim. A esses digo que vão, numa democracia, o respeito ao contraditório é de capital importância.
A mobilização das Entidades Unificadas, no entanto, continua firme , forte, com responsabilidade e estratégia inteligente. Já estão convocando os agentes de saúde (quem puder ) para que se façam presentes na concentração na Praça Municipal nos dias 14 e 15 para apoiar o presidente da Câmara, Geraldo Júnior, que está trancando a pauta até a Prefeitura de Salvador resolver a situação da categoria.
A união da categoria não nasce de um discurso, mas de prática coerente. Não adianta, portanto, só discursar e jogar para plateia, e nos bastidores criar toda espécie de balburdias que só servem para criar confusão e dúvidas na categoria.
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