Ao anunciar hoje (20), nas redes sociais, a antecipação do pagamento do salário dos servidores, o prefeito Bruno Reis afirmou que não iria fugir da tradição. É bem verdade que antecipação salarial às vésperas do São João é anúncio bem vindo. Mas a defasagem por que passa o dindim dos trabalhadores impede que isso seja motivo de alegria. Sem reajuste salarial há anos, o poder de compra caiu drasticamente, sobretudo o dos agentes de saúde, que amargam base no valor de R$877,07.
Por isso, prefeto, se colocar dinheiro antes das festas juninas nos bolsos dos agentes de saúde é tradição que não deve ser relegada, a tradição de não implantar o piso salarial da categoria precisa ser desprezada. Sei que o alcaide vem de uma tradição histórica de não valorização dos colaboradores da Prefeitura de Salvador. À época, não tinha o poder da caneta nas mãos. Agora tem e pode fazer diferente. Pode ir além, cravando marco histórico na vida dos agentes de combate às endemias (ACEs) e agentes comunitários de saúde (ACSs), cumprindo a Emenda Constitucional 120/2022, que determina vencimento não inferior a dois salários mínimos, e também aplicando a progressão de nível, mas sem tirar nenhuma gratificação.
Seria considerado o maior e melhor prefeito no trato digno com os agentes e faria da narrativa de valorização desses profissionais uma tradução concreta no contracheque de cada um trabalhador e de cada uma trabalhadora. Para isso, no entanto, faz-se necessário romper com a tradição do passado.
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