quarta-feira, 22 de maio de 2019

O mercenário e o líder sindical


O ser humano é multimotivacional. Ele realiza uma ação movido por alguns motivos para alcançar determinada meta ou objetivo. Numa atividade humana não há apenas uma motivação, existem muitas delas, mas uma se sobreporá às demais. Um estudante não estuda apenas porque quer  adquirir conhecimentos. Essa aquisição o possibilitará de ter um bom emprego, que, por sua vez, permitirá que possa ter acesso a bens materiais, dentre outras coisas. Ainda pode ser só para satisfazer às exigências dos pais.  Ou seja,  na ação de estudar vêm embutidas outras motivações nem sempre explícitas, mas que estão lá. Uma motivação se sobreporá a outras de acordo com os interesses do sujeito; sobrepor não significa eliminação, porém suplantação, superação de algo considerado de menor importância naquele momento. 


Nas atividades sindicais, temos dois sujeitos que apresentam motivações antagônicas. No entanto, um deles tenta se passar pela identidade do outro. Trata-se do líder sindical e do mercenário. Já vamos de início ressaltar que essas diferenças não são fáceis de ser percebidas devido à desfaçatez  empregada.

O líder sindical tem como motivação preponderante  o altruísmo. Ou seja, preocupa-se com a realização e conquista do bem-estar do próximo. Nesse caso, uma classe de trabalhadores. Ele tem a capacidade de agregar e congregar. Possui e atrai em torno de si valores capazes de organizar uma categoria para lutar por uma determinada demanda. Cultiva valores como cuidado com o outro, tolerância e compaixão com as necessidades da categoria que lidera. Possui brilho próprio e facilmente é respeitado por quem defende os mesmos objetivos dele, além de ter seus esforços e  sacrifícios em prol das pessoas reconhecidos.

Do lado oposto a essa motivação, está o mercenário. A motivação que desponta em tudo que faz é o desejo ávido pelo dinheiro; move-se apenas pelo que lhe é rentável. Na vida sindical, passa-se por um líder que defende trabalhadores. Entretanto, utiliza-se destes apenas como uma ponte,  uma escada para alcançar seus objetivos. Também tem a capacidade de agregar e congregar. Agrega em torno de si sentimentos pífios e desprezíveis e alimenta-se da inveja, da calúnia e da difamação. Possui um ódio mórbido do líder sindical, de quem tenta ser uma caricatura. Volta-se contra toda ação realizada por ele, mesmo em detrimento de uma classe trabalhadora; seu egoísmo o cega, não se importando com os prejuízos causados. Sua teoria de congregar consiste em lançar informações distorcidas numa categoria para dividi-la e tirar proveito disso. Suas ações têm efeitos desastrosos e deletérios sobre trabalhadores.

Para uma categoria liderada  por um mercenário não é tarefa fácil reconhecê-lo. Sua motivação principal é muito bem escamoteada. Só um olhar crítico, não movido pelo sentimentalismo de luta, é capaz de desmascará-lo. Outro fator que o denuncia é a avidez pelo dinheiro. Tudo que faz ou ações que promove têm a aquisição do dinheiro como objetivo, mas, obviamente, escamoteadas por trabalho que beneficiaria o trabalhador. Por último, é um especialista em difamar liderança, sem no entanto apresentar provas, e fomentar divisão entre os trabalhadores.










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