segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Saúde do homem: Dispunção erétil pode provocar infarto e AVC

"É um problema que ser encarado como de saúde pública”. A declaração do vice-presidente nacional da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), Wagner Porto, chama a atenção para uma questão que atinge, atualmente, cerca de 30% da população masculina em todo o país: a disfunção erétil – antigamente chamado de impotência sexual – que acontece quando o homem não tem a capacidade de manter uma ereção e ter um desempenho sexual satisfatório.

Em números, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), aproximadamente 15 milhões de homens no Brasil tem a doença e, até 2025, o problema deve afetar pouco mais de 320 milhões de homens no mundo todo. Dentre as principais causas da disfunção erétil estão as de cunho físico (traumas ou doenças neurológicas) e psicológico. 

“A questão psicológica é uma das piores, por que, quando se falha uma vez, pode ser que a mesma situação aconteça outras vezes”, explicou o também urologista, Márcio Prado. Ainda há, segundo Wagner Porto, uma terceira causa da disfunção erétil, que é a junção das causas psicológica e física.

Além do fator emocional, o estilo de vida do homem pode ser determinante para que ele venha a ter, ou não, a disfunção erétil. “Se ele fuma, usa medicação para controle da hipertensão, tem obesidade, não faz exercício físico e tem diabetes, as chances são grandes. Claro que, também, a idade tem que ser levada em conta”, explicou o representante da SBU.

Por isso, a recomendação é de que o paciente procure levar uma vida mais saudável, fazendo atividades físicas, controlando o peso, além do acompanhamento de taxas como colesterol, glicemia e triglicérides através dos exames de sangue.

“A parte psicológica também é fundamental, uma vez que o problema pode estar no cérebro. Às vezes é necessário um tratamento com um especialista da área para corrigir isso. Também é válido ter um diálogo aberto com o parceiro para que a situação não prejudique a vida a dois”, reforçou Prado.

Contudo, além de prejudicar a atividade sexual, a disfunção erétil pode ser indicativa de outros problemas que podem ocorrer, a médio e longo prazo, como infarto e AVC, uma vez que o coração pode estar com problemas.

“Por isso é sempre importante que o homem procure se cuidar e seja atendido por especialistas de áreas como cardiologia, pulmonar e urológica. Os tratamentos que existem, seja por via oral ou intravenosa, o ajudam a ter uma vida sexual melhor”, disse, Prado. “É um problema como outro qualquer. O homem não pode ter medo de procurar ajuda médica”, salientou Porto.
 
Stress é maior fator que gera o problema nos jovens

Contudo, apesar da disfunção erétil atingir em maior grau homens com idade superior acima dos 50 anos, os especialistas alertam que o número de jovens do sexo masculino com o problema vem aumentando.

“Com uma maior divulgação da informação, a cobrança sexual, tanto por parte da parceira, quanto da sociedade, aumentou nesse grupo, sem contar o estresse do dia-a-dia. A liberação de adrenalina no corpo é tanta que acaba fazendo o efeito contrário no jovem e ele acabe tendo que apelar aos remédios”, relatou Márcio Prado.

Para Wagner Porto, é necessária uma maior discussão com esse grupo para que ele seja mais bem preparado para a vida sexual. “Tanto em casa, como na escola, não se conversa sobre isso. Muitas vezes eles nem precisam do medicamento, mas a insegurança é tamanha que eles acabam tomando para satisfazer a parceira. É importante que se fale de sexo com os jovens, mas de forma descontraída”, contou.

Tribuna da Bahia

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