Em sala de aula, um professor para obter um bom resulta no processo de ensino-aprendizagem precisa estar atento às estratégias que utiliza. Essa atenção é constante porque as estratégias são boas ou ruins de acordo com a interação que se constrói com os alunos. A própria experiência do educador vai provando que a fixação em uma estratégia não funciona, precisa sempre estar renovando, investindo na criatividade e nas inovações. Se assim não for, o resultado do processo educativo fica seriamente comprometido, ou mesmo tendo um resultado pífio. Ou seja, sem renovação estratégica, as metas não são alcançadas a contento.
Essa lição, tudo indica, que o Sindicato dos Servidores da Prefeitura do Salvador (Sindseps) não aprendeu. Insiste em estratégias obsoletas, sem criatividade e repetindo os mesmos equívocos. Seus ataques pessoais ao prefeito ACM Neto têm surtido efeito contrário ao pretendido, conseguir que as reivindicações dos servidores sejam atendidas. Não quero, no entanto, afirmar que o malagro da campanha salarial aconteça só por isso, mas também por causa dos equívocos estratégicos. Não funcionou anteontem, ontem e, tampouco, hoje.
Diante disso, associações e sindicatos têm fechado acordos à revelia dos erros estratégicos cometidas pelo Sindseps. A Associação dos Servidores em Trânsito e Transporte do Município (Astram) e o Sindicato dos Agentes de Trânsito e Transporte (Sindttrans) entraram em acordo com a prefeitura e finalizaram a campanha salarial. O Sindicato dos Engenheiros (Senge) e Arquitetos (Sinarq) e a Associação dos Servidores Municipais de Engenheiros e Arquitetos (Asmea) fizeram acordo. Seguindo essa mesma estratégia sensata, realista e sem ataques pessoais, a Associação dos Agentes Comunitários e de Endemias de Salvador (Aaces) e o Sindicato de Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combate às Endemias da Bahia (Sindacs - BA) também fecharam acordo e finalizaram a campanha salarial.
Vendo-se desidratado e sem apoio de parte significativa dos trabalhadores, portanto, com força política sindical debilitada, o Sindseps adota mais postura estratégica equivocada ao tentar desqualificar os acordos realizados pelas associações e sindicatos com a Gestão. Será desespero? O fato é que essas entidades sempre sentaram à mesa e negociaram com a prefeitura sem a dependência pueril do Sindseps; aliás, os acordos fechados com o gestor e sua consequente finalização de campanha salarial, por si só, é prova suficiente e necessária de que essas entidades gozam de legalidade para fechar acordo.
Para manter sobrevida, o sindicato vai no vácuo das paralisações dos professores, mas, sabendo da pouca adesão que teria, não os acompanhou na decisão de uma greve por tempo indeterminado. Se os docentes chegarem a algum acordo, um tsunami se abaterá sobre as estratégias adotadas pelo Sindseps. Quem viver verá.
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