Os foliões têm, neste Carnaval, novos motivos para redobrar os cuidados na prevenção contra as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e infecções virais. Além do HIV, sífilis e das hepatites, há risco de contágio do zika vírus por contato sexual. Existe ainda indícios de que o vírus pode ser transmitido pela saliva.
Duas notícias divulgadas no Carnaval deixaram foliões, pesquisadores da área e autoridades de saúde preocupados. O primeiro alerta foi dado na última terça-feira, quando os Estados Unidos anunciaram o primeiro caso de contágio do zika vírus por meio de relação sexual em um não viajante.
O episódio foi registrado em Dallas, cidade do Texas. De acordo com serviço de saúde local, um paciente foi infectado pelo zika vírus depois de ter relações sexuais com alguém que esteve na Venezuela, onde o mosquito está circulando.
Dois dias depois do anúncio feito pelos americanos, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), órgão vinculado ao Ministério da Saúde brasileiro, divulgou informações sobre um estudo pioneiro que constatou a presença do vírus zika ativo (com potencial de provocar a infecção) em amostras de saliva e de urina.
"Já se sabia que o vírus poderia estar presente tanto em urina quanto em saliva, mas esta é a primeira vez em que demonstramos que o vírus está ativo, ou seja, com potencial de provocar a infecção", informou a líder da pesquisa e chefe do Laboratório de Biologia Molecular de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC-Fiocruz), Myrna Bonaldo.
Investigação
A detecção, no entanto, não significa que a transmissão viral por esses fluidos já esteja cientificamente comprovada. Referência no assunto, o coordenador do Laboratório de Pesquisas em Virologia do Hospital Universitário Professor Edgard Santos, da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Carlos Brites, é categórico ao afirmar que as vias alternativas de transmissão viral do zika - e isso inclui relações sexuais, saliva, líquido amniótico, leite materno e transfusões de sangue - ainda necessitam de maiores investigações.
"Por enquanto, a única forma de transmissão comprovada pela ciência é através da picada do mosquito. As outras formas de contágio ainda estão sendo estudadas e são inconclusivas", afirma o infectologista.
Isso não significa que o folião deva ficar despreocupado. "Esses estudos e casos divulgados reforçam o risco de transmissão. A possibilidade de contágio por essas vias não deve ser descartada. O cuidado é necessário", diz o também pesquisador e professor de obstetrícia da Faculdade de Medicina da Ufba Manoel Sarno.
Diante da situação, a recomendação é aumentar o nível da prevenção. O uso da camisinha é a principal forma de proteção. Os profissionais também aconselham evitar relações sexuais com pessoas que manifestam os sintomas do zika, já que a chance de contágio ocorre quando o vírus ainda está ativo. O problema é que em 80% dos casos a doença é assintomática.
"Como vou saber se a pessoa teve zika ou está com sintomas do vírus em plena avenida?", questiona o folião convicto e 'pegador' contumaz Paulo Barreiros, 27.
Na dúvida, diz que terá mais cuidado durante a festa este ano. "O Carnaval é uma delícia, mas passa. Não é esse tipo de lembrança que quero carregar", afirma.
Preservativos são oferecidos aos foliões
As notícias que alertaram sobre o risco de transmissão do zika vírus por contato sexual e saliva em pleno Carnaval também deixaram as autoridades de saúde baianas apreensivas.
Duas notícias divulgadas no Carnaval deixaram foliões, pesquisadores da área e autoridades de saúde preocupados. O primeiro alerta foi dado na última terça-feira, quando os Estados Unidos anunciaram o primeiro caso de contágio do zika vírus por meio de relação sexual em um não viajante.
O episódio foi registrado em Dallas, cidade do Texas. De acordo com serviço de saúde local, um paciente foi infectado pelo zika vírus depois de ter relações sexuais com alguém que esteve na Venezuela, onde o mosquito está circulando.
Dois dias depois do anúncio feito pelos americanos, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), órgão vinculado ao Ministério da Saúde brasileiro, divulgou informações sobre um estudo pioneiro que constatou a presença do vírus zika ativo (com potencial de provocar a infecção) em amostras de saliva e de urina.
"Já se sabia que o vírus poderia estar presente tanto em urina quanto em saliva, mas esta é a primeira vez em que demonstramos que o vírus está ativo, ou seja, com potencial de provocar a infecção", informou a líder da pesquisa e chefe do Laboratório de Biologia Molecular de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC-Fiocruz), Myrna Bonaldo.
Investigação
A detecção, no entanto, não significa que a transmissão viral por esses fluidos já esteja cientificamente comprovada. Referência no assunto, o coordenador do Laboratório de Pesquisas em Virologia do Hospital Universitário Professor Edgard Santos, da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Carlos Brites, é categórico ao afirmar que as vias alternativas de transmissão viral do zika - e isso inclui relações sexuais, saliva, líquido amniótico, leite materno e transfusões de sangue - ainda necessitam de maiores investigações.
"Por enquanto, a única forma de transmissão comprovada pela ciência é através da picada do mosquito. As outras formas de contágio ainda estão sendo estudadas e são inconclusivas", afirma o infectologista.
Isso não significa que o folião deva ficar despreocupado. "Esses estudos e casos divulgados reforçam o risco de transmissão. A possibilidade de contágio por essas vias não deve ser descartada. O cuidado é necessário", diz o também pesquisador e professor de obstetrícia da Faculdade de Medicina da Ufba Manoel Sarno.
Diante da situação, a recomendação é aumentar o nível da prevenção. O uso da camisinha é a principal forma de proteção. Os profissionais também aconselham evitar relações sexuais com pessoas que manifestam os sintomas do zika, já que a chance de contágio ocorre quando o vírus ainda está ativo. O problema é que em 80% dos casos a doença é assintomática.
"Como vou saber se a pessoa teve zika ou está com sintomas do vírus em plena avenida?", questiona o folião convicto e 'pegador' contumaz Paulo Barreiros, 27.
Na dúvida, diz que terá mais cuidado durante a festa este ano. "O Carnaval é uma delícia, mas passa. Não é esse tipo de lembrança que quero carregar", afirma.
Preservativos são oferecidos aos foliões
As notícias que alertaram sobre o risco de transmissão do zika vírus por contato sexual e saliva em pleno Carnaval também deixaram as autoridades de saúde baianas apreensivas.
"O Carnaval é um período em que as pessoas tendem a ficar mais livres e disponíveis para relações eventuais. Portanto, as pessoas precisam ter cuidado e se prevenir. O preservativo continua sendo o melhor método de prevenção para qualquer tipo de DST", ressalta o secretário de Saúde do estado, Fábio Villas-Boas.
Segundo o titular, quatro milhões de preservativos estão sendo distribuídos no Carnaval deste ano e três estandes de testagem de DST/Aids foram montados: dois em Salvador (Ondina e Centenário) e um em Porto Seguro.
Além disso, cartilhas com orientações de prevenção de DSTs e arboviroses - que incluem as infecções virais transmitidas por mosquitos - estão sendo distribuídas entre os foliões e em hotéis.
Segundo a Sesab, na Bahia cerca de 13 mil pessoas retiram regularmente medicamentos para tratamento de HIV/Aids. O Brasil registrou, em 2015, recorde no número de pessoas em tratamento de HIV e Aids: 81 mil brasileiros começaram a se tratar no ano passado, um aumento de 13% em relação a 2014, quando 72 mil pessoas aderiram aos medicamentos.
Fique Sabendo
Já a diretora de Vigilância da Saúde do município, Érica Carvalho, informou que a prefeitura está distribuindo dois milhões de preservativos no Carnaval deste ano.
"Sabemos que muitos foliões tendem a se desproteger no calor da emoção do Carnaval, mas precisamos que todos fiquem atentos aos riscos de contágio, principalmente agora com a possibilidade de transmissão do zika vírus", afirma.
Érica cita ainda o projeto Fique Sabendo, que disponibiliza pontos que realizam testes rápidos gratuitos nos circuitos com o objetivo de detectar precocemente DSTs durante o Carnaval.
Testagem
O procedimento, seguro e sigiloso, é realizado com apenas uma gota de sangue. O resultado sai em 20 minutos, podendo ser detectados anticorpos de HIV, sífilis e hepatite dos tipos B e C.
Este ano, os postos funcionam na Praça Municipal, das 9h às 21h; e no Porto da Barra - em frente ao Beco da Off -, das 9h às 22h.
Segundo ela, no ano passado foram realizados 1.767 testes rápidos. Destes, 198 diagnósticos foram positivos para DSTs: 137 para sífilis, 36 para HIV, 16 para hepatite B e nove para hepatite C.
Previna-se contra o vírus
Use camisinha
É recomendado o uso do preservativo nas relações sexuais, principalmente se o seu parceiro apresentar os sintomas de zika. Os sintomas mais comuns são febre, dor de cabeça, dor nas articulações e manchas vermelhas na pele e nos olhos
Use repelente
Usar repelente ajuda a manter o mosquito longe, evitando picadas, mas é importante lembrar que o produto deve ser reaplicado a cada 6 horas para que seu efeito seja mantido
É recomendado o uso do preservativo nas relações sexuais, principalmente se o seu parceiro apresentar os sintomas de zika. Os sintomas mais comuns são febre, dor de cabeça, dor nas articulações e manchas vermelhas na pele e nos olhos
Use repelente
Usar repelente ajuda a manter o mosquito longe, evitando picadas, mas é importante lembrar que o produto deve ser reaplicado a cada 6 horas para que seu efeito seja mantido
Evite beijar estranhos
Diante do risco, ainda não confirmado, de contágio pela saliva, é importante que o folião evite beijar desconhecidos
Diante do risco, ainda não confirmado, de contágio pela saliva, é importante que o folião evite beijar desconhecidos
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