Foto: Reprodução/ MSF
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) fez um alerta nesta quarta-feira (17) para o estado de "desnutrição aguda grave" enfrentado por quase 1 milhão de crianças em países do leste africano após quase dois anos de seca. As crianças das regiões leste e sul do continente enfrentam uma situação de falta de alimentos e de água, agravada pelo aumento dos preços, que força as famílias a pularem refeições e venderem os bens que têm para adquirir alimentos. Segundo a Agência Brasil, a "desnutrição aguda grave" é definida pela Unicef como fome extrema e é a principal causa de morte de crianças até 5 anos no mundo. Com cerca de 1,4 milhão de pessoas afetadas por condições meteorológicas extremas e cerca de 800 mil que necessitam de ajuda alimentar, Angola é um dos países que desperta a preocupação da ONU. A agência apelou para aportes financeiros a fundos humanitários de emergência em sete países, sendo os principais de 78 milhões de euros para a Etiópia; 23,3 milhões de euros para a Angola; e 13,4 milhões de euros para a Somália. "O fenômeno meteorológico El Niño vai diminuir, mas o custo para as crianças – muitas das quais já lutavam para sobreviver – será sentido durante anos", disse a diretora regional da Unicef, Leila Gharagozloo-Pakkala. "Os governos respondem com os recursos disponíveis, mas esta é uma situação sem precedente. A sobrevivência das crianças depende de ações a serem tomadas hoje". Neste ano, a Etiópia deve registrar um aumento no número de pessoas que precisam de ajuda alimentar de 10 milhões para 18 milhões. No Malaui, a situação atual é a mais grave dos últimos nove anos: 2,8 milhões de pessoas, o que equivale a 15% da população.
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