Foto: Pedro França/ Agência Senado
O diretor Financeiro da UTC, Walmir Pinheiro Santana, delatou à Procuradoria-Geral da República um acerto entre Ricardo Pessoa, dono da empresa, e o então senador Gim Argello (PTB-DF). O parlamentar atuaria para que Pessoa não fosse chamado a depor na CPMI da Petrobras em troca de contribuições para pessoas indicadas pelo senador. De acordo com a coluna de Fausto Macedo, no Estadão, foram pagos R$ 1,7 milhão ao DEM; R$ 1 milhão ao PR; R$ 1,15 milhão ao PMN e R$ 1,15 milhão ao PRTB. De acordo com Santana, "existiam umas afirmações de que Ricardo Pessoa seria chamado para prestar depoimento" e o dono da UTC passou a procurar "pessoas dessa CPMI", até chegar a Gim Argello. O senador teria "uma certa influência" sobre Vital do Rêgo, então senador e presidente da CPMI - hoje ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). O combinado seria que Argello blindasse Pessoa. A transação foi instruída por uma pessoa de nome Paulo Roxo, que em julho de 2014 passou a lista do primeiro pagamento que seria realizado no dia 10 do mesmo mês: R$ 1 milhão para o PR; R$ 500 mil para o DEM; R$ 250 mil para o PMN e R$ 250 mil para o PRTB. "Paulo Roxo apenas falou que estava ali representando Gim Argello e fizeram o cronograma para os pagamentos; que para os demais pagamentos, Paulo Roxo afirmou que dois ou três dias antes de cada pagamento passaria as instruções", diz o depoimento. Em 18 de agosto, Paulo Roxo levou recibos eleitorais dos pagamentos já feitos e informado os demais partidos para os quais seriam transferidos recursos. Os pagamentos discutidos nesta reunião foram feitos em 25 de agosto, 15 de setembro e 1 de outubro de 2010, de acordo com Santana. "Esses pagamentos beneficiaram o DEM (R$ 600 mil), em 25 de agosto; em 15 de setembro também em favor do DEM, no valor de R$ 600 mil e o último, em 1 de outubro, no valor de R4 300 mil em favor do PRTB e R$ 300 mil em favor do PMN; houve pagamentos em 30 de julho e 15 de agosto; esses pagamentos decorreram de contatos telefônicos com Paulo Roxo, que o instruiu a realizar, em 30 de julho, pagamentos em favor do PMN, R$ 300 mil, e PRTB, R$ 300 mil; em 15 de agosto, novamente foram feitos pagamentos nos valores de R$ 300 mil para o PMN e R4 300 mil em favor do PRTB", diz o depoimento. O ex-senador Gim Argello, o PMN e o PRTB não responderam a reportagem. O DEM disse que não tem qualquer relação com Argello e que a doação da UTC em 2014 foi devidamente declarada na prestação de contas do partido junto ao TSE. O PR não comenta assuntos relacionados a conteúdos ou procedimentos de investigação do Ministério Público.
Bahianotícias
Nenhum comentário:
Postar um comentário