segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Equipe científica descobre jazida de fósseis da era Jurássica na Patagônia


Equipe científica descobre jazida de fósseis da era Jurássica na Patagônia
Fotos: CTyS
Uma equipe científica argentina informou a descoberta de uma jazida de fósseis da era Jurássica (160 milhões a 140 milhões de anos) em uma área de 60 mil km² na Patagônia Argentina. Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, o sítio arqueológico foi descoberto há quatro anos, no centro-norte da província de Santa Cruz, no sul da Argentina, e foi divulgado pelo site Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTyS), da Universidade de La Matanza (UNL). “Não existe outro lugar no mundo que contenha esta quantidade e diversidade de fósseis do Jurássico”, afirmou Juan García Massini, líder da pesquisa e membro do Centro Regional de Pesquisas Científicas Transferência Tecnológica (Crilar).


Área na qual estão distribuídos os fósseis

De acordo com Massini, os fósseis estão na superfície do solo, após, recentemente, a erosão expor as rochas e possibilitar a visão da paisagem como era no Jurássico. “A preservação aconteceu de forma suave e quase imediata, em menos de um dia em alguns casos, e se pode ver o movimento que tinham em vida os fungos, as cianobactérias, e os vermes, por exemplo”, completou Massini.

Bahianotícias

Cientistas sugerem existência de câncer humano contagioso


Cientistas sugerem existência de câncer humano contagioso
Foto: Ilustrativa
Estudos recentes indicam a possibilidade de surgir um câncer humano contagioso, transmitido de uma pessoa para outra. Ainda não existe sinal de uma ameaça iminente, mas situações como essa já foram registradas. De acordo com o The New York Times, uma funcionária de laboratório de 19 anos se furou com uma seringa com células de câncer de cólon e desenvolveu um tumor na mão. Em outro caso, um cirurgião adquiriu câncer de seu paciente depois de se cortar acidentalmente durante a operação. Células malignas também foram transferidas durante transplante de órgão, ou de uma mulher ao seu feto. Apesar da transmissão, nenhum dos cânceres progrediu.
 
Apesar de experimentos realizados em laboratório, nos quais células cancerígenas são transmitidas por mosquitos de um hamster para outro, até agora apenas três tipos de cânceres contagiosos foram descobertos na natureza: em cães, no diabo-da-tasmânia e em mariscos de casca mole. No primeiro caso, o câncer se espalha não como doença sexualmente transmissível, mas como transporte direto das células infectadas.
 
No segundo caso, o do diabo-da-tasmânia, há duas hipóteses: que células cancerígneas são espalhadas enquanto os animais brigam, além de que os animais são vulneráveis. As células de outro diabo injetadas por meio de um ferimento profundo são ignoradas pelo sistema imunológico por parecerem familiares àquelas de quem as recebeu. Se algumas destas células carregarem mutações do câncer facial, podem prosperar e virar um novo tumor. 
Bahianotícias

domingo, 28 de fevereiro de 2016

Caminhada Penitencial reuni milhares de fiéis em Salvador neste domingo(28)




Fiéis da Arquidiocese de Salvador participaram, na manha deste domingo(28),da Caminhada Penitencial. O evento que teve início às 6h30, com  celebração de três Missas simultâneas: em frente à Basílica Santuário Nossa Senhora da Conceição da Praia (Comércio), na matriz da paróquia Nossa Senhora dos Mares (Mares) e na matriz da paróquia Nossa Senhora das Dores (Lobato), presididas pelo Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, e pelos bispos auxiliares.
Após as Missas, os fiéis que estiverem na Conceição da Praia e no Lobato sairão em procissão carregando duas cruzes (cada uma com seis metros de comprimento e três metros de largura) até o Largo dos Mares, onde se encontrarão e seguirão juntos até a Basílica Santuário Senhor Bom Jesus do Bonfim. É importante ressaltar que durante o percurso os padres estarão ministrando o Sacramento da Confissão.
Segundo o coordenador de eventos da Arquidiocese, padre Valter Ruy Cordeiro, envolvidos pelo Ano da Misericórdia, os fiéis abraçaram ainda mais a Caminhada Penitencial.

Sempre na Luta

Com amostras de pacientes, pesquisadores descobrem 'impressão digital' do Zika vírus


Com amostras de pacientes, pesquisadores descobrem 'impressão digital' do Zika vírus
Foto: Reprodução/ O Globo
O grupo de pesquisadores do Laboratório Nacional de Biociência (LNB), de Campinas (SP), identificou a "impressão digital" do Zika vírus. Oriundas de pacientes infectados em Pernambuco, as amostras para a pesquisa foram fornecidas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro. Com a participação de 20 pesquisadores, os estudos fazem parte da força-tarefa nacional determinada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia contra a epidemia de doenças relacionadas ao Aedes aegypti. A partir do mapeamento genético do vírus, os pesquisadores visualizaram a estrutura molecular do vírus da zika. O objetivo era compreender como eram os mecanismos da infecção e de que forma eles interagiam com as células humanas. Com os avanços, os pesquisadores descobriram que o vírus da zika tem uma camada externa, também conhecida como envelope, que é formada por um conjunto de proteínas que se agrupam na superfície. Assim, ela ganha um formato mais esférico, onde se encontra a impressão digital do vírus. É o pedaço de uma dessas proteínas que entra em contato com as células do organismo humano, que reconhecem e identificam o vírus. O sistema imunológico, por sua vez, lê a assinatura e cria anticorpos contra ela. Comparadas com as do vírus da dengue, febre amarela e encefalite japonesa, as estruturas das proteínas se mostraram mais semelhantes à dengue tipo1. "É a estrutura que revela a identidade desse vírus para o organismo humano", explicou o diretor do laboratório, Kléber Franchini, ao G1 São Paulo. Além de contribuir para o desenvolvimento de ferramentas para diagnósticos mais eficientes, esses estudos abrem novas possibilidades para a criação de vacina e anticorpos contra o vírus da zika. "A importância dessa pesquisa é que com ela você pode desenvolver moléculas que possam interferir na ação do vírus no corpo humano", ressaltou. Agora, o grupo deve passar a informação para outras instituições que possam produzir insumos para a prevenção e tratamento da doença.
Bahianotícias

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Candeias: MP-BA abre inquérito para investigar irregularidades em concurso


Candeias: MP-BA abre inquérito para investigar irregularidades em concurso
Foto: Divulgação
O Ministério Público da Bahia (MP-BA) instaurou na última terça-feira (23) inquérito para apurar possíveis irregularidades no concurso aberto pela prefeitura de Candeias para a Secretaria Municipal de Educação. O órgão questiona dispositivos do edital do certame, lançado no último dia 12 de fevereiro. Segundo o MP-BA, há anormalidades na atribuição de pesos a questões, “ausência de regra quanto às condições de nomeação das pessoas com deficiência em relação aos candidatos da classificação geral” e “incongruência quanto à forma de interposição de recurso”, o que pode culminar na anulação do concurso, realizado pela Fundação Cefet. O certame oferece 255 vagas para os cargos de auxiliar de classe, coordenador pedagógico, psicólogo, professor da educação infantil, além de professores do fundamental I e II. Os salários variam entre R$ 922,04 e R$ 1.494,95, de acordo com cada cargo. 
Bahianotícias

Contracheque disponível e salário em "lançamentos futuros"

O contracheque on-line já está disponível, e o salário  encontra-se em "lançamentos futuros". Portanto, amanhã todos podem ir às compras ou pagar as dívidas.



quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

JANIO SUGERE QUE SANTANA FOI PRESO PARA OCULTAR CASO FHC

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247 – O colunista Janio de Freitas questionou o alvo da 23ª fase da Lava Jato: “ falta até de mínima sustentação das exposições de Sergio Moro, no próprio decreto de prisão de Santana e Mônica, como nas falas dos procuradores e policiais é nada menos do que escandalosa”.
“Ainda que Sergio Moro, os procuradores e a PF dispusessem de elementos convincentes para a prisão de Santana e Mônica, seria preciso fazê-la com a urgência aplicada? Nenhum fato a justificou. O risco de fuga era zero, já estando ambos no exterior”, acrescentou.
Segundo ele, com a operação, ‘o problemático assunto das remessas e contas externas de Fernando Henrique – para a ex-amante Mirian Dutra - foi sufocado com mais facilidade’ (leia aqui).
Fonte:http://www.brasil247.com/

A Diocese de São Salvador da Bahia completa 465 anos




É com muita alegria que hoje celebramos os 465 anos de criação da Diocese de São Salvador da Bahia, tendo como primeiro bispo Dom Pedro Fernandes Sardinha (1551-1556).
Somente no ano de 1676 a Diocese foi elevada à Arquidiocese de São Salvador da Bahia e Sede Metropolitana.
Agradecemos a Deus e pedimos que Ele continue derramando muitas bênçãos sobre a nossa Arquidiocese.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Manobras escondem mortes cometidas pela polícia no Brasil, acusa ONU


Manobras escondem mortes cometidas pela polícia no Brasil, acusa ONU
Foto: Raphael Alves/ TJAM
A Organização das Nações Unidas (ONU) acusa o Brasil de manter prisioneiros em condições "cruéis e desumanas" e alerta que os assassinatos cometidos por policiais são classificados "ocorrências regulares". Em um informe produzido pelo relator da ONU contra a Tortura, Juan Mendez, e que será apresentado na semana que vem em Genebra, na Suíça, a entidade denuncia ainda os "esforços" das autoridades brasileiras por tornar "invisíveis" os homicídios cometidos por policiais.  Usando dados nacionais, a ONU indica que em média seis pessoas por dia morreram no Brasil em 2013 em operações policiais. Nos últimos meses, as mortes com participação da polícias aumentaram 2%, enquanto a taxa geral de homicídios caiu. "Ainda que algumas mortes cometidas por policiais resultem de uso legítimo da força, muitas, não", disse Mendez. "Na vasta maioria dos casos de uso excessivo de força, a polícia apresenta com frequência informes indicando resistência à prisão, seguida por morte. Isso, portanto, evita o dever de trazer os autores diante de uma Corte", indicou. Em 220 investigações, apenas uma resultou em condenação. A ONU, portanto, pede o fim da classificação de "atos de resistência". "Nas prisões, a taxa de mortes é muito alta", disse Mendez. Usando dados do Infopen, ele aponta que 545 mortes foram registradas na primeira metade de 2014, com cerca de metade sendo intencional. A taxa é de 167,5 por cada 100 mil pessoas por ano. Mas, em um dos Estados, a taxa seria de 1,5 mil por 100 mil. Segundo a ONU, existe um protocolo do Ministério da Justiça para investigar homicídios. Mas não existe um para investigar casos atribuídos a forças de ordem. "Esforços significativos são feitos para torná-los invisíveis", escreveu Mendez, em uma referência aos homicídios cometidos pela polícia. Ele, porém, não especifica a quem é a acusação. O informe também ataca a situação das prisões. "Condições de detenção são equivalentes a um tratamento cruel, desumano e degradante", avalia o relator da ONU. "Superlotação severa leva a uma condição caótica dentro das instalações. Impunidade continua a regra". De acordo com a ONU, o Brasil tem a quarta maior população carcerária do mundo, com 711 mil pessoas. Há 30 anos, a população era de 60 mil. Entre 2005 e 2012, a alta foi de 74% e 60,8% dos prisioneiros eram de descendência africana. A entidade também critica a estratégia brasileira. "Apesar de investimentos do governo de R$ 1,2 bilhão para criar uma capacidade adicional de prisões, o aumento contínuo de detentos criou um sistema penitenciário marcado por uma superlotação endêmica", escreveu Mendez. Segundo ele, em um dos Estados, a taxa de ocupação é 265% acima da capacidade. Mendez pede que o governo foque suas atenções em reduzir a população carcerária, e não aumentar prisões. Para isso, sugere medidas alternativas. Mas deixa claro que abrir mão de penas contra violência doméstica também não é o caminho.
Bahianotícias

Papa critica ganância de políticos corruptos e poderosos em audiência geral


Papa critica ganância de políticos corruptos e poderosos em audiência geral
Foto: Presidencia de la República Mexicana
O papa Francisco criticou políticos corruptos e poderosos sempre com sede de poder na primeira audiência geral realizada após sua viagem ao México. Jorge Mario Bergoglio lembrou que para ter mais dinheiro essas pessoas exploram umas às outras, com práticas como tráfico, trabalho escravo, da exploração para enriquecer os poderosos. O pontífice mencionou o relato bíblico de Nabot, vítima da ambição de poder do rei Acab, e disse que aquela "não é uma história de outros tempos", mas de hoje, de acordo com a Veja. Bergoglio lembrou que "Deus é maior que a maldade e do que os jogos sujos feitos pelos seres humanos" e enviou o profeta Elias para converter o rei Acab. O líder religioso alertou ainda para quando o poder dos políticos se transforma em arrogância, dizendo que essas pessoas deveriam se arrepender e "pedir perdão ao Senhor". Pelo menos 22 mil fieis acompanharam a homilia. 
Bahianotícias

Epa


O escritor gaúcho Luis Fernando Verissimo Foto: Neco Varella

Às vezes imagino como seria ser um judeu na Alemanha dos anos 20 e 30 do século passado, pressentindo que algo que ameaçava sua paz e sua vida estava se formando mas sem saber exatamente o quê


No filme “2001 — Uma odisseia no espaço”, do Stanley Kubrick, astronautas descobrem na Lua (ou era em Marte?) um misterioso monólito, de origem desconhecida. Depois fica-se sabendo que o monólito fora posto ali como uma espécie de alarme. Quando exploradores da Terra o descobrissem, seria o sinal de que nossa civilização tinha os meios para invadir o espaço e se tornava uma ameaça para as civilizações extraterrenas que nos estudavam de longe desde que o primeiro primata acertara a primeira cacetada na cabeça de outro, e sabiam do que nós éramos capazes. A descoberta do monólito era um aviso: atenção, a barbárie vem aí, disfarçada de conquista científica.

Às vezes imagino como seria ser um judeu na Alemanha dos anos vinte e trinta do século passado, pressentindo que alguma coisa que ameaçava sua paz e sua vida estava se formando mas sem saber exatamente o quê. Este judeu hipotético teria experimentado preconceito e discriminação na sua vida, mas não mais do que era comum na história dos judeus. Podia se sentir como um cidadão alemão, seguro dos seus direitos, e nem imaginar que em breve perderia seus direitos e eventualmente sua vida só por ser judeu. Em que ponto, para ele, o inimaginável se tornaria imaginável? E a pregação nacionalista e as primeiras manifestações fascistas deixariam de ser um distúrbio passageiro na paisagem política do que era, afinal, uma sociedade em crise mas com uma forte tradição liberal, e se tornaria uma ameaça real? O ponto de reconhecimento da ameaça não era evidente como o monólito do Kubrick. Muitos não o reconheceram e morreram pela sua desatenção à barbárie que chegava.

A preocupação em reconhecer o ponto pode levar a paralelos exagerados, até beirando o ridículo. Mas não algo difuso e ominoso se aproximando nos céus do Brasil, à espera que alguém se dê conta e diga “Epa” para detê-lo? Precisamos urgentemente de um “Epa” para acabar com esse clima. Pessoas trocando insultos nas redes sociais, autoridades e ex-autoridades sendo ofendidas em lugares públicos, uma pregação francamente golpista envolvendo gente que você nunca esperaria, uma discussão aberta dentro do sistema jurídico do país sobre limites constitucionais do poder dos juízes... Epa, pessoal.

Se está faltando um monólito para nos avisar quando chegamos ao ponto de reconhecimento irreversível, proponho um: o momento da posse do Eduardo Cunha na presidência da nação, depois do afastamento da Dilma e do Temer.

Luis Fernando Verissimo é escritor

O Globo

Correr estimula cérebro a criar novos neurônios; levantar peso não tem mesmo efeito


Correr estimula cérebro a criar novos neurônios; levantar peso não tem mesmo efeito
Foto: Getty Images
Uma pesquisa realizada na Universidade de Jyväskylä, na Finlândia, descobriu que o hábito de correr pode aumentar o número de neurônios no cérebro. Pelo menos a partir de testes em ratos, chegou-se à conclusão que a corrida multiplica as células do cérebro, diferente do levantamento de peso e de treinamentos de alta intensidade, como crossfit. Durante os testes, segundo a revista Exame, os exercícios foram adaptados para o corpo dos animais. No time de corrida, os ratos corriam meia hora durante três dias da semana, em uma esteira. Outro grupo teve pesos amarrados em seus rabos e tiveram que subir escadas. Já o terceiro grupo realizada arrancadas maiores e reduzia a velocidade em seguida. Para os pesquisadores, o estresse durante exercícios pode estar relacionado ao fato das células não se reproduzirem. Tanto no levantamento de peso, quanto o treinamento de alta intensidade, os animais ficaram mais estressados. "Estresse é comumente considerado um inibidor na neurogênese adulta", explica o texto. Por sua vez, os ratos que corriam por vontade própria nas esteiras registraram maior número de células cerebrais. Apesar de não confirmado no estudo, a autora, Miriam Nokia, acredita que existem benefícios também para o levantamento de peso. "Os efeitos do treino anaeróbico sobre o cérebro em definitivamente, algo que eu quero estudar mais", afirmou.
Bahianotícias

Lei obriga criança que entra em creche fazer exame de vista

André Ricardo, de 4 anos, tinha problemas de visão antes de entrar na escola - Foto: Raul Spinassé l Ag. A TARDE
Há exatos nove dias, foi promulgada uma lei estadual que obriga pais de alunos a apresentarem exame médico oftalmológico completo da criança, quando do seu primeiro ingresso em creche ou escola.
Sob o número 13.546/2016, a lei aguarda, no entanto, regulamentação por parte do Executivo. A ideia, segundo a autora do projeto de lei, a deputada estadual Fabíola Mansur, é que creches e escolas das redes pública e privada exijam a apresentação do exame no momento da matrícula.
Caso o aluno não possua, caberá às instituições de ensino o encaminhamento, num prazo de 12 meses, da criança para atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS). Não há punição prevista para o caso de essa determinação não ser seguida pelas instituições.
Segundo a deputada, os motivos para criação do projeto de lei derivam de dificuldade de acesso à consulta oftalmológica por parte de crianças que estão entrando na rede de ensino. Problemas na visão podem trazer consequências para estes alunos, como dificuldade de aprendizado, baixa de visão, evasão escolar e pode até mesmo levar à cegueira.
"Hoje, há adultos que nunca fizeram o exame. Adolescentes também. A ideia não é impedir a matrícula. É estimular pais para se mobilizarem e as escolas a garantirem o acesso prioritário", afirma a deputada.
Fabíola, que é oftalmologista, cita dado do Conselho Brasileiro de Oftalmologia de que três em cada 20 crianças têm deficiência ocular que exige o uso de óculos.
Ela explica que o exame de visão completo é aquele realizado em consultório por um médico oftalmologista que avalia aspectos como a acuidade visual, a avaliação do fundo de olho e da musculatura ocular, além da prescrição de óculos, caso necessário.
Para os pais que não puderem comprar óculos, a deputada indica que devem ser encaminhados para as secretarias de assistência social dos municípios.
Campanha
Ainda segundo a lei, está previsto que estado e municípios deverão promover, anualmente, campanha educativa para a realização do primeiro exame de vista da criança que ingressar na creche ou escola. No entanto, o teste do olhinho ou reflexo vermelho não será considerado como primeiro exame de vista da criança.
Para a professora Elza Melo, uma das diretoras do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB), a iniciativa é interessante.
"Nós trabalhamos em escolas públicas da periferia e os pais não têm plano médico e condições de bancar. Há meninos que deixam de prestar atenção por conta de problemas na visão. É importante que a escola se preocupe com isso, mas o poder público precisa garantir que os alunos serão atendidos", ressaltou Elza.
Gerente de currículo da Secretaria Municipal de Educação (Smed), Gilmária Cunha considera a lei válida, mas frisa que será necessário adequar postos de saúde para poder atender à demanda. "A questão da visão influencia muito o aprendizado da criança", destacou.

Professores estão atentos às dificuldades dos alunos

André Ricardo Souza, de 4 anos, já apresentava problemas na visão antes de frequentar  a escola, segundo  sua mãe, Patricia Santos. “Desde o primeiro exame nos olhos, o médico identificou que meu filho tinha problema, mas me pediu para esperar”, contou.
Porém, só quando André Ricardo começou a frequentar o CMEI Castro Alves, localizado na Av. Jorge Amado, no bairro Boca do Rio, que o estrabismo (patologia oftalmológica que consiste no desalinhamento dos olhos) chamou a atenção dos professores e da diretora.
Cristiane Lima, diretora do Centro, foi avisada sobre as dificuldades que o jovem apresentava, na sala de aula, ao folhear livros. “Ele chegou na escola com estrabismo. Observamos e orientamos a família a procurar um oftalmologista”, resumiu.
A diretora destacou ainda que observar o comportasmento dos estudantes é importante: quando eles vão ao quadro, se aproximam muito a visão dos livros ou cadernos para poder enxergar. “Quanto mais cedo a limitação na visão for corrigida, melhor para o desempenho escolar”, disse.
Orientação
Após orientação da escola, o garoto foi receitado e utiliza óculos há um ano.
Cristiane Lima informou  que se  preocupa com a saúde dos  alunos e  sempre que percebe que algo não vai bem com algum estudante convida a família a comparecer ao posto de  saúde mais  próximo da escola, localizado no bairro da Boca do Rio.
“ Eu vejo como positiva esta iniciativa de identificar se o aluno tem ou não problema de visão e acredito que vai colaborar bastante no rendimento escolar”, explicou.
Atualmente  a família  de André Ricardo comemora o desempenho do garoto na escola e  pretende sempre levá-lo ao oftalmologista para fazer  exames de  revisão.
“Meu filho melhorou bastante, está mais concentrado e consegue acompanhar as lições porque enxerga melhor; em maio ele fará  uma  revisão”, completou a mãe.

A TARDE

Pituba é bairro com maior número de denúncias de focos do Aedes aegypti


Pituba é bairro com maior número de denúncias de focos do Aedes aegypti
Foto: Alina Souza/ Palácio Piratin
A Pituba é o bairro de Salvador com mais denúncias sobre focos de mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, transmissores da dengue, zika e chikungunya. De acordo com levantamento do Disque Dengue, da prefeitura de Salvador, foram registrados 1.434 possíveis criadouros em toda a cidade. Destes, 98 estariam na Pituba. Caminho das Árvores (40), Brotas (39), Itapuã (38) e Rio vermelho (34) também estão na lista de localidades com maior número de denúncias. De acordo com a coordenadora do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), Gerusa Moraes, o Disque Dengue tem se consolidado como uma ferramenta importante no combate à infestação. Para solicitar ao Centro de Controle de Zoonoses a visita dos agentes de endemias, ou denunciar possíveis focos dos mosquitos, a população deve ligar para a central, através do telefone 3202-1808. O serviço funciona de segunda a sexta-feira (exceto feriados), das 8h às 17h. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), em 2016 já foram registrados 246 casos de dengue, 128 de zika vírus e 20 de chikungunya.
Bahianotícias

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Escola em terreiro recebe doação de 150 livros

Tata de inquice Ricardo Tavares agradeceu as doações - Foto: Divulgação
No aniversário de cinco anos de existência, comemorados nesta segunda-feira, 22, a Escola Municipal Zumbi dos Palmares recebeu a doação de 150 livros de inglês. A instituição funciona na área que pertence ao Terreiro de Lemba, no município de Camaçari, e atende 118 crianças da educação infantil até o 5º ano do ensino fundamental.
Por conta da iniciativa, o ensino da língua estrangeira será inserido na grade curricular da instituição. "Será uma forma de dar outras ferramentas educacionais para essas crianças. As aulas devem começar no próximo mês, pois já conseguimos dois professores voluntários", disse o diretor e coordenador pedagógico da escola e líder espiritual do Terreiro de Lemba, o tata de inquice Táta Ricardo Tavares.
As obras disponibilizadas são paradidáticas e incluem uma versão do romance Romeu e Julieta editado para crianças. "Conhecimento é a única coisa que ninguém pode tirar da gente. Então foi o melhor presente que a gente poderia receber", contou o líder espiritual do Terreiro de Lemba.
A doação foi feita pelo estudante Gabriel Portela. Ele é baiano, estuda há quatro anos na Christopher Columbus High School, em Miami, e estava em busca de uma entidade para fazer a entrega dos títulos. "A falta de educação é um fato desencadeador de diversos outros problemas em áreas diversas, por isso pensei nessa campanha de arrecadação de livros aqui na minha escola e na comunidade onde eu vivo, com o objetivo de ajudar alguma entidade brasileira".
Ainda segundo o tata de inquice Táta Ricardo Tavares, completar cinco anos dentro de um terreiro de candomblé é resultado do trabalho com a comunidade. "Priorizamos a relação familiar e envolvemos os pais em várias atividades. Por quatro anos consecutivos, ganhamos a maior nota em alfabetização no estado pelo índice da Provinha Brasil do Ministério da Educação", contou.
A Tarde

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Ilhéus: Telefone é arma de combate ao mosquito da dengue


Ilhéus: Telefone é arma de combate ao mosquito da dengue
Foto: Reprodução / Prefeitura de Ilhéus
Como forma de combater a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue zika e chikungunya, a população de Ilhéus, no Litoral sul baiano, pode usar um número telefônico para denunciar focos do inseto. De acordo com a secretaria municipal de saúde, os números são (73) 3234-2030 e (73) 98881-4586, que vão funcionar de sexta a sábado, das 7h30min as 17h, com pausa apenas no horário de almoço. Segundo o secretário municipal de Saúde, Antonio Ocké, o objetivo é identificar imóveis e outros locais que tenham larvas do Aedes aegypti, para que a força-tarefa retire os entulhos.
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OAB-BA tenta federalizar caso do Cabula e quer recorrer a Corte Internacional


OAB-BA tenta federalizar caso do Cabula e quer recorrer a Corte Internacional
Eduardo Rodrigues | Foto: Angelino de Jesus
O Tribunal Pleno da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Bahia (OAB-BA), aprovou nesta sexta-feira (19) duas propostas referentes ao caso dos 12 mortos no Cabula, em fevereiro de 2015. De acordo com o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-BA, o advogado Eduardo Rodrigues, a ordem aprovou a confecção de um estudo através dos conselheiros federais para tentar federalizar o caso. O intuito da ação, segundo Rodrigues, seria passar o caso para a Justiça Federal. “A ação é para que o julgamento seja retirado de muito perto do foco. O objetivo é garantir a prestação jurisdicional de forma mais neutra e mais afastado do centro da ocorrência”, informou. Ainda de acordo com o defensor, uma comissão especial foi formada também para que faça uma discussão sobre a possibilidade de encaminhar o caso para a Corte Interamericana de Direitos Humanos. “Isso representa uma análise por parte de um organismo internacional. Pois sempre se analisa o crime sob a perspectiva da licitude, ou não. Mas isso não retira a análise de uma possível violação dos Direitos Humanos”, analisou, em entrevista ao BN. Ainda segundo Rodrigues, apesar das aprovações, outros trâmites precisam ser seguidos dentro da Ordem para que as decisões passem a valer. “Hoje foi o primeiro caso”, ressaltou. Em 6 de fevereiro de 2015, 12 jovens morreram (veja aqui), de acordo com a Polícia Militar, em uma suposta troca de tiros no bairro do Cabula. Na versão dos moradores do local e do Ministério Público da Bahia, os jovens foram executados por conta de uma vingança que envolve PMs (veja aqui e aqui). Após o caso, a Anistia Internacional afirmou que a Rondesp, que atuou no caso, agia de forma "ilegal e sem respeitar a lei" (leia aqui).
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domingo, 21 de fevereiro de 2016

'As redes sociais deram voz aos imbecis': 17 frases e lições de Umberto Eco

Umberto Eco faleceu aos 84 anos
Discutir a comunicação, a cultura e a sociedade, aliadas às novas tecnologias, foi um dos motes favoritos do escritor e intelectual italiano Umberto Eco, morto aos 84 anos nesta sexta-feira (19), em Milão (Itália). Ele sofria de câncer e faleceu às 22h30 (horário local), em sua casa, segundo a família confirmou ao jornal La Repubblica.
O sepultamento do corpo do escritor acontece na próxima terça-feira (23), informou o La Repubblica, adicionando ainda que o último livro de Eco, Pape Aleppe Satan, será lançado em maio.
Tido em seu país natal como “o homem que sabia de tudo”, dado o seu grande conhecimento, Eco apresentou muitas lições acessíveis por meio de frases marcantes.
O HuffPost Brasil compilou 17 delas não só como forma de homenagear esta figura marcante da sociedade contemporânea, mas também para demonstrar que o mundo fica mais pobre. Com o perdão do trocadilho, todos nós ‘perdemos Eco’.
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“As mídias sociais deram o direito à fala a legiões de imbecis que, anteriormente, falavam só no bar, depois de uma taça de vinho, sem causar dano à coletividade. Diziam imediatamente a eles para calar a boca, enquanto agora eles têm o mesmo direito à fala que um ganhador do Prêmio Nobel. O drama da internet é que ela promoveu o idiota da aldeia a portador da verdade”.
Depois de uma cerimônia em que recebeu o título de doutor honoris causa em comunicação e cultura na Universidade de Turim, em 2015.
“A internet não seleciona a informação. Há de tudo por lá. A Wikipédia presta um desserviço ao internauta. Outro dia publicaram fofocas a meu respeito, e tive de intervir e corrigir os erros e absurdos. A internet ainda é um mundo selvagem e perigoso. Tudo surge lá sem hierarquia. A imensa quantidade de coisas que circula é pior que a falta de informação. O excesso de informação provoca a amnésia. Informação demais faz mal. Quando não lembramos o que aprendemos, ficamos parecidos com animais. Conhecer é cortar, é selecionar”.
Em entrevista à Revista Época, em 2011.
"Atribuem-me muitas frases célebres de outros. Ou mesmo situações erradas como a que me atribuíram há uns anos de que eu dissera que um escritor famoso tinha morrido e até o jornal The New York Times me ligou para confirmar. Mas nem sempre confirmam se é verdade, o que já não me incomoda porque acredito na fraqueza da memória das pessoas. Sabemos sempre que no dia a seguir já nada é notícia".
Em entrevista ao Diário de Notícias, de Portugal, em 2015.
“O livro ainda é o meio ideal para aprender. Não precisa de eletricidade, e você pode riscar à vontade. Achávamos impossível ler textos no monitor do computador. Mas isso faz dois anos. Em minha viagem pelos Estados Unidos, precisava carregar 20 livros comigo, e meu braço não me ajudava. Por isso, resolvi comprar um iPad. Foi útil na questão do transporte dos volumes. Comecei a ler no aparelho e não achei tão mau. Aliás, achei ótimo. E passei a ler no iPad, você acredita? Pois é. Mesmo assim, acho que os tablets e e-books servem como auxiliares de leitura. São mais para entretenimento que para estudo. Gosto de riscar, anotar e interferir nas páginas de um livro. Isso ainda não é possível fazer num tablet”.
Em entrevista à Revista Época, em 2011.
“O problema da internet é que produz muito ruído, pois há muita gente a falar ao mesmo tempo. Faz-me lembrar quando na ópera italiana é necessário imitar o ruído da multidão e o que todos pronunciam é a palavra ‘rabarbaro’. Porque imita esse som quando todos repetem ‘rabarbaro rabarbaro rabarbaro’, e o ruído crescente da informação faz correr o risco de se fazer ‘rabarbaro’ sobre os acontecimentos no mundo.”
Em entrevista ao Diário de Notícias, de Portugal, em 2015.
“Eu pessoalmente gosto de livros fáceis que me fazem dormir imediatamente”.
Em entrevista à Revista Vogue, em 1995.
“Creio que o que nos tornamos depende do que nossos pais nos ensinam em momentos estranhos, quando eles não estão tentando nos ensinar. Nós somos formados por pequenos pedaços de sabedoria”.
Trecho do livro Pêndulo de Foucault (1988).
“Populismo midiático significa apelar diretamente à população por meio da mídia. Um político que domina bem o uso da mídia pode moldar os temas políticos fora do parlamento e até eliminar a mediação do parlamento”.
Em entrevista ao jornal americano The New York Times, em 2007.
“Sou firmemente da opinião que o Macintosh (denominação dos computadores Mac da Apple até 1997) é católico e o DOS (sistema operacional usado em computadores pessoais nos anos 1980 e 1990) é protestante. De fato, o Macintosh é contra-reformista e foi influenciado pelo ‘ratio studiorum’ (o plano de padronização da educação) dos jesuítas. Ele é caloroso, amigável, conciliador, diz ao fiel como ele deve proceder, passo a passo, para alcançar, se não o Reino dos Céus, o momento em que o documento é impresso. Ele é catequista: lida-se com a essência da revelação por meio de fórmulas simples e ícones esplêndidos. Todos têm direito à salvação.”
Em ensaio de 1994.
“Essa é minha maneira de contribuir para esclarecer algumas coisas. O intelectual não pode fazer nada, não pode fazer a revolução. As revoluções feitas por intelectuais são sempre muito perigosas”.
Em entrevista à Agência EFE, em 2015.
“A aprendizagem não consiste apenas em saber o que devemos ou podemos fazer, mas também saber o que poderíamos fazer e, talvez, não deveríamos”.
Trecho do livro O Nome da Rosa (1980).
“Na medida em que envelheci, comecei a odiar a humanidade. Portanto, se eu tivesse um poder absoluto, deixaria que ela continuasse em seu caminho de autodestruição. Ela seria destruída e eu ficaria mais feliz. Pessoas como eu são intelectuais: nós fazemos o nosso trabalho, escrevemos artigos, temos maneiras de protestar, mas não podemos mudar o mundo. Tudo o que podemos fazer é apoiar a política de empatia”.
Em coluna ao portal UOL, em 2016.
“Assim eu redescobri o que os escritores sempre souberam (e disseram-nos uma e outra vez): livros sempre falam de outros livros, e cada história conta uma história que já foi contada”.
“Eu passei a acreditar que o mundo inteiro é um enigma. Um enigma inofensivo que é feito por nossa própria tentativa de interpretá-lo, como se houvesse nele uma verdade subjacente”.
“Todos os poetas escrevem poesia ruim. Poetas ruins as publicam, poetas bons as queimam”.
"Nós temos um limite, muito desencorajador e humilhante: a morte. É por isso que nós gostamos de todas as coisas que nos parecem ilimitadas e, portanto, sem fim. É uma forma de fugir dos pensamentos sobre a morte. Nós gostamos de listas porque não queremos morrer".
Entrevista à revista alemã Der Spiegel, em 2009.
“Quando os homens pararem de acreditar em Deus, isso não significará que eles não acreditam em nada, mas que eles acreditam em tudo”.
Quem foi Umberto Eco
Pilar internacional de toda uma disciplina, a Semiologia, que marcou os estudos de Comunicação no mundo, Eco também deixa um imenso e singular legado sobre estudos de estética. Eco foi antes de mais nada um intelectual brilhante e reconhecido por sua obra sobre a estética medieval e sobre a filosofia da arte. Nascido em Alexandria, nas imediações de Turin, em 1932, diplomou-se em Filosofia em 1954 na Universidade de Turin. Sua formação diz muito: discípulo do grande filósofo antifascista Luigi Pareyson, defendeu uma tese de fim de estudos sobre Thomas de Aquino, que seria publicado dois anos mais tarde sobre o nome O Problema Estético em Tomas de Aquino.
Em pouco tempo, seu brilhantismo o tornaria reconhecido em todo o mundo. Depois de publicar O Desenvolvimento da Estética Medieval, em 1959, Eco mudou os rumos da crítica da arte no Século 20 com dois textos fundamentais: Obra Aberta, de 1962, e Apocalípticos e Integrados, de 1964.
Esses livros, somados a A Definição da Arte e a A Estrutura Ausente, são referências na compreensão da história da estética, sobretudo no que diz respeito às relações entre a filosofia da arte, a linguística e a comunicação de massa na segunda metade do século passado. Para Eco, a estética não pode ser dissociada em diferentes ramos - não há uma "estética da pintura", ou uma "estética do cinema".
Em Obra Aberta, o autor ajudou a romper com a ideia de que um objeto artístico é algo acabado, com uma interpretação única e fechada ditada pelo artista. Essa crítica, de "um novo modo de entender a relação com a obra e sua fruição por parte do público", seria compartilhada então por nomes como o poeta concretista Haroldo de Campos.
Ao longo dos anos 1960, Eco se transformaria em uma referência mundial na Teoria da Comunicação ao se integrar à chamada Escola Sociológica Europeia, da qual faziam parte nomes como Edgar Morin, Jean Baudrillard ou Roland Barthes. Esse grupo foi marcado por uma visão menos negativa sobre os meios de comunicação de massa, dissociando-se das críticas funcionalistas e da Escola de Frankfurt.
Tido como uma autoridade nos meios acadêmicos, Eco se transformaria, ele próprio, em um exemplo de fenômeno na cultura de massa com a publicação de um best seller mundial. Em O Nome da Rosa, de 1980, fez convergir em uma história de ficção várias de suas áreas de interesse: a história, a filosofia, a estética medieval e a semiótica. Sucesso extraordinário de público e crítica, com mais de 17 milhões de livros vendidos, o thriller policial medieval venceu, entre outros, o Prêmio Médicis de Melhor Romance estrangeiro em 1982. Em 1986, seu livro foi adaptado para o cinema por Jean-Jacques Annaud, comSean Connery e Christian Slater.
O toque de ironia: sua carreira tardia de escritor de sucesso só teve início graças à encomenda feita por uma editora que desejava lançar livros policiais curtos e contemporâneos escritos por "não-romancistas". Ao entregar o livro, Eco apresentou um romance de suspense de mais de 500 páginas ambientado na Idade Média.
A carreira de ficcionista continuou em 1988 com O Pêndulo de Foucault e a seguir em 1994, com A Ilha do Dia Anterior, romances cuja publicação foi esperada em todo o mundo. Em 2015, em seu último romance, Número Zero, que se passa em 1992, Eco revê a história de seu país a partir do fim da 2ª Guerra Mundial, destilando sua fina ironia sobre temas como a máfia, a corrupção e, claro, o jornalismo contemporâneo, alvo de crítica mordaz.
Cínico, seu personagem afirma no curso de uma reunião de redação: "Seria conveniente, para o prazer de nosso editor, que nós encontrássemos um meio de lançar sombras de suspeitas sobre esse juiz intrometido. Saiba que hoje, para responder a uma acusação, não é necessário provar o contrário, basta deslegitimar o acusador".
Mesmo crítico, Eco jamais abandonou sua paixão pela informação, pelo jornalismo e pela comunicação - ele havia começado, em 1955, como assistente em programas culturais da rede de televisão RAI. Ao longo de sua vida, foi articulista assíduo e leitor inveterado da imprensa italiana e internacional. Eco se dizia fiel à ideia de Hegel de que jornais são "a reza cotidiana do homem moderno".
Até por admirá-la, o autor lamentava a recente pulverização da informação nas novas tecnologias e, sobretudo, a superficialidade de alguns veículos de mídia. "A imprensa exigente deve aprofundar a atualidade, abrir espaço às ideias", pregou em entrevista ao jornal Le Monde em maio passado, mostrando absoluta clareza de raciocínio.
(Com Estadão Conteúdo)

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