sexta-feira, 15 de abril de 2022

A Paixão de Cristo continua na paixão de todos que sofrem





Vítima de um sistema político-religioso que não aceita sua mensagem de inclusão de todos, principalmente os despossuídos, os que nada têm, os rejeitados na sociedade: "Felizes vocês, os mendigos, porque de vocês é o Reino de Deus" ( Lc 6,20), Jesus encontra nas lideranças religiosas judaicas e representantes oficias do Império Romano seus maiores opositores. Logo que saíram daí, os fariseus começaram a consultar os herodianos sobre Jesus, para encontrarem algum modo de matá-lo" (Mc 3,6).

O Reino instaurado pelo Filho de Maria opunha-se radicalmente ao reino dos imperadores romanos. O Reino de Deus estava baseado na justiça divina, na paz, na comida farta na mesa e na inclusão de homens e mulheres. O de César na injustiça, na guerra, na fome e no machismo. Era inevitável o conflito entre os dois. Ao ser aclamado como rei em Jerusalém pelo povo e expulsar os comerciantes do Templo, Jesus assinou sua sentença de morte. "Eram nove horas da manhã, e o crucificaram. E havia a inscrição com o motivo da condenação, que trazia escrito: O Rei dos dos Judeus" (Mc 15,25-26).

A Paixão de Cristo, portanto, imposta a ele pelos dominadores de sua época, é resultado do seu sonho de implantar o Reino de Deus, de seu olhar misericordioso para com os marginalizados, os leprosos, os sem nada, de sua luta pela justiça e inclusão social. O Nazareno foi vítima de quem exercia o poder de domínio na sociedade. Eles tinham nome: o Sumo Sacerdote Caifás, Pilatos, Herodes, César...

Hoje, esses mesmos dominadores têm outros nomes. Impõem fome, miséria, educação e saúde de péssima qualidade, baixo salário mínimo, jogando a maioria das pessoas pobres numa vida indigna. A Paixão continua aí . Mas continua também no sofrimento imposto em decorrência das drogas, do alcoolismo, do racismo, da homofobia, das mortes prematuras provocadas pelos acidentes criminosos e ações ilegais das polícias. Jesus continua sofrendo nos que sofrem ( cf. Mt 25, 31-46)...

Mas a morte não o dominou, foi vencida, ele ressuscitou.

E nós?
















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