sábado, 26 de novembro de 2016

Tempo do Advento: acolhamos a Esperança!

Por Ubiraci Moraes

Paralelamente ao ano civil – que se inicia em 1º. de janeiro e se finda em 31 de dezembro -, há o Ano Litúrgico, que começa no 1º. Domingo do Advento e se encerra na última semana do Tempo Comum com a celebração da Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. O Ano Litúrgico rememora a História de Salvação centrada na pessoa de Jesus Cristo e está dividido em ‘tempos litúrgicos”: Tempo do Advento, Tempo do Natal, Tempo da Quaresma, Tempo Pascal e Tempo Comum.

Particularmente, tenho uma verdadeira veneração pelo Advento. Isso porque é o período em que a esperança é bastante ressaltada. E de esperança necessitamos muito, sobretudo porque somos acometidos por tantos problemas, violência, corrupção, desrespeito aos direitos humanos, preconceitos de toda espécie. O medo toma conta de nós. Por consequência dessa realidade, somos tentados a mergulhar no pessimismo e no “não tem mais jeito”. Mas eis que este momento litúrgico no aponta, mais uma vez, a esperança.

Manter a esperança faz-se necessário porque é o combustível que alimenta a vida, mesmo imersa em obstáculos e dificuldades. Quem a cultiva não desiste de viver, antes, atravessa o “vale da morte”, sabendo que encontrará verdes pastagens. Na história da humanidade, sabe-se que quem sobreviveu foram justamente aqueles que não perderam a esperança. Na caixa de Pandora, foi a única que resistiu.

O mundo precisa acolher a esperança e lutar pela construção de uma humanidade melhor, justa, fraterna e amorosa. Dessa forma, cultivá-la não significa adotar uma postura de resignação e passividade perante os problemas e desafios existenciais; antes, nos impele a lutarmos pela construção dessa realidade nova, prenhe de vida digna e saudável para todos. Realidade que começa a ser construída a partir dos nossos pequenos gestos de acolhimento , da nossa solidariedade a quem mais precisa, do perdão dado a quem nos magoou ou ofendeu.

Utopia? Sim, mas no sentido de criar um lugar que ainda não existe. O lugar da esperança fomentadora de vida plena para homens e mulheres, para jovens e idosos. Tarefa difícil. Isso porque em nós estão em guerra ferrenha o egoísmo e a solidariedade, o tânato e o eros, o homem velho e o homem novo. Mas, se cultivarmos a esperança, os sinais de morte não darão a última palavra. Quem poderia nos ajudar nessa empreitada?

O Tempo do Advento indica a própria esperança como força propulsora de vida nova, mas não se trata de qualquer esperança. Trata-se de uma pessoa que, pela sua palavra e pelo seu gesto carregado de amorosidade, mostrou ser possível essa utopia. Jesus é a encarnação da Esperança. Nele, nada se perde, tudo se encontra e se religa à Raiz. Seu projeto de vida encanta milhões e milhões de pessoas, de toda raça, de toda crença e de todo lugar. O Tempo do Advento é, portanto, a hora de preparar a “casa” para acolhê-lo, que vem no Natal, no próximo e deve ir em nós, especialmente àqueles fragilizados, desprezados e marginalizados, mas com os quais Ele se identifica. Jesus é mais que uma questão de fé, é uma questão de humanidade. Sendo assim, acolhamos a Esperança.
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