Foto: Reprodução
O consumo de bebidas alcoólicas em excesso durante a adolescência
pode prejudicar funções cerebrais de gerações futuras e provocar
depressão, ansiedade e desordens metabólicas, entre outras
consequências, segundo um novo estudo divulgado nesta segunda-feira
(14). O estudo foi apresentado na reunião anual da Sociedade de
Neurociências dos Estados Unidos. A pesquisa foi conduzida por
especialistas da Universidade de Loyola, de Chicago, que analisaram o
comportamento de um grupo de ratos, por haver semelhanças com o
comportamento humano. Os ratos adolescentes foram expostos a uma
quantidade de álcool comparável a seis episódios de consumo excessivo e,
uma vez sóbrios, estes cruzaram. As fêmeas permaneceram sóbrias durante
a gestação, para que não ocorressem síndrome de alcoolismo fetal – dano
causado ao filho quando a mãe faz ingestão de álcool durante a
gravidez. Os filhotes de ratos do cruzamento foram comparados a outros
que não foram expostos ao álcool. Os hipotálamos dos filhotes foram
analisados pelos pesquisadores, que descobriram mudanças moleculares no
DNA. Os cientistas encontraram 159 mudanças nos filhotes cujas mães
foram expostas ao álcool, 93 modificações naqueles cujos pais tinham
passado por esse processo e 244 nos casos nos quais ambos tinham
consumido álcool em excesso. As mudanças tinham transtornado os
interruptores: se normalmente os genes deveriam estar ativados, os
cientistas os acharam desativados, e vice-versa. Para a Organização
Mundial de Saúde (OMS), o consumo de álcool é a principal causa de
traumatismos, violência e mortes prematuras entre jovens. Este trabalho é
o primeiro trabalho a mostrar o caminho molecular pelo qual o consumo
excessivo durante a adolescência, seja da mãe ou do pai, pode causar
também mudanças na saúde neurológica das futuras gerações.
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