Ato convocado pela CUT e apoiado pelo MST reuniu, segundo organizadores, 100 mil participantes; PM fala em 12 mil
por Marcelo Pellegrini
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Reprodução
O ato do dia 13 de Março liderado pela
Central Única dos Trabalhadores (CUT) e apoiado por diversos outros
movimentos sociais como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST),
ambos próximos ao governo, se reuniu em frente ao prédio da Petrobras,
na Avenida Paulista, 901, em São Paulo, enquanto o Sindicato dos
Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeosp) se reunia
no vão do Masp. Ambos os movimentos se reuniram antecipadamente, às 13
horas, a fim de evitar um encontro com protesto convocado para as 15
horas pelo grupo pró-impeachment Revoltados Online.
Pontualmente às 15 horas, o grupo pró-impeachment
contava com menos de dez integrantes, aqui incluído o líder Marcello
Reis, que se recusou a dar entrevistas a CartaCapital.
Efetivamente, o protesto do grupo Revoltados Online começou às 17h30,
após o ato dos movimentos sociais, e reuniu apenas 50 pessoas diante do
prédio da Petrobras durante 30 minutos. Durante sua fala, o organizador
Marcello Reis espalhou o boato de que o governo federal pagou 35 reais
para os manifestantes. A verdade, segundo a CUT, é que os responsáveis
por segurar os balões de ar do movimento foram pagos pela entidade.
Sob forte chuva, Reis afirmou que
seus colegas "não são de açúcar", mas que o evento era "apenas para
marcar presença". Por isso, após breves 30 minutos, o ato acabou,
prometendo voltar a ocupar a avenida Paulista no domingo 15.
Com pouco menos de mil pessoas reunidas no começo da
tarde, a manifestação dos movimentos sociais ganhou corpo a partir das
15 horas, quando participantes começaram a marchar em direção ao Masp
para se encontrar com os professores. A PM estima ao menos 12 mil
pessoas presentes. Os organizadores, 100 mil.
As pautas dos movimentos são a defesa dos direitos dos
trabalhadores, a defesa da democracia e o repúdio ao impeachment, contra
a privatização da Petrobras e a punição dos corruptos juntamente de uma
reforma política que acabe com o financiamento empresarial de campanha.
“A CUT e os movimentos estão habituados a construir
suas reivindicações nas ruas, e o faremos sempre que a democracia
estiver em perigo. Sempre que houver aqueles que não aceitam a vontade
da maioria, nós estaremos nas ruas fazendo enfrentamento pelos nossos
direitos“, disse Vagner Freitas, presidente da entidade, que disse que
este é apenas o primeiro de outros atos.
Segundo ele, o movimento social saiu às
ruas para apoiar a presidenta Dilma Rousseff e pressionar pelos
direitos dos trabalhadores. “Ela precisa de aliança com os movimentos
sociais, operários, trabalhadores”, disse. “Ela tem as dificuldades de
um governo muito heterogêneo, um congresso conservador, e que fica
impulsionando a presidenta a tomar medidas impopulares, que não condizem
com o discurso com que ela se elegeu”, completa.
Para Gilmar Mauro, da coordenação nacional do MST, a
manifestação de rua é um importante espaço democrático para pressionar
por mudanças. “É só o povo nas ruas que conseguirá (as mudanças), não
adianta trabalharmos em uma lógica de militarização porque isso não tem
mais espaço no Brasil”, disse. “Queremos fazer essa articulação política
com os movimentos sociais para impor uma agenda pela reforma política,
pela reforma agrária e urbana, contra o ajuste fiscal e contra a perda
de direitos”, explicou.
Segundo ele, o movimento pró-impeachment carece de apelo popular ainda e não merece ser discutido por enquanto.
Carta Capital
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