Nesta quinta-feira das chuvas de março, levantei comprometido. Tinha que ir à luta em uma assembleia e me consultar com o meu velho urologista. Mas o dia começou triste, com nuvens escuras , os céus estavam prestes a derramar rios de lágrimas, mas não podia me dar o luxo de não ir, não podia ser detido por aquelas dificuldades, perseverar sempre!
- Tudo bem. Respondi.
- Seus exames estão normais: PSA, HIV, sífilis, hepatites A e B.
- Que bom. Respondi, sabendo do resultado, pois já havia feito a consulta.
Ainda bem que não demorou, pois ainda devo me comparecer à assembleia na Praça do Poeta...
- Caso de câncer de próstata na família? Interrompeu Dr. Lucas meu pensamento.
- Não.
- Com que frequência faz o exame de PSA? Questionou.
- Anualmente.
- Já fez o exame de toque?
- Ainda não. Respondi surpreso, mas sem constrangimento.
- Vamos fazer hoje, viu?
Perguntei:
- Qual é a posição, doutor?
- Deite na maca, baixe as calças e a cueca acima dos joelhos. Orientou.
Fiz conforme dissera, à vontade, sem medo, sem pânico. Mas, de repente, senti algo que me invadia sem pedir licença, sem pudor, porém com muita técnica. Ouvi baixinho, sem sussurros:
- Aqui é sua próstata. Está saudável. Tudo oquei com você. Deu o diagnóstico.
Muitos homens gostariam de terminar este dia sem o toque de saúde por puro preconceito ou ignorância. Entretanto, o toque é necessário, mais que isso, é cuidar da saúde.
Nenhum comentário:
Postar um comentário