À época em que disputava a Presidência da República, o então candidato Jair Messias Bolsonaro gritava aos quatro cantos que, num possível governo seu, as indicações aos ministérios seriam meramente técnicas. Além disso, afirmava que não se deixaria pressionar por partidos ou bancadas para compor sua equipe. Todo esse discurso ruiu ao recuar da indicação de Mozart Neves para a Educação por causa de descontentamento da Bancada Evangélica.
Mozart é diretor do Instituto Ayrton Senna, um quadro técnico, moderado e tem apoio de acadêmicos. Não simpatiza com a "Escola sem Partido". Por conta disso, não é bem visto pelos evangélicos, que desejam um ministro da Educação com um perfil conservador e que defenda a "Escola sem Partido" e seja contra a discussão do que eles chamam de "ideologia de gênero" na sala de aula.
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, sofreu forte crítica da bancada e resolveu recuar da indicação de Mozart. Com essa postura, demonstra que o discurso que sustentava nas eleições está sendo inviável para a composição de seu governo, marcada por contradições e uma certa dose de hipocrisia.
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