"Aba ( Pai), tu podes tudo, afasta de mim essa taça" (Mc 14,36).
O que nos aguarda depois da morte? O nada? O Paraíso? Essas interrogações sempre estiveram diante do ser humano quando se deu conta da morte. Muitos defendem que a morte é o fim, é o término do processo biológico pelo qual todo ser vivo um dia irá passar. Outros, no entanto, afirmam que ela é uma espécie de passagem ou de espera para outra dimensão mais feliz sem as agruras desta existência. .
Seja qual for a ideia ou a crença abraçada, o ser humano experimenta a morte com muito drama e sofrimento; com o significado de perda ou ausência. Se a pessoa que parte for um ente querido, a dor da perda é bem maior; quanto mais se ama, mais sofrimento é sentido com a morte. Por isso, ninguém quer morrer ou ver quem se ama ir embora. A humanidade rejeita a morte, mesmo sabendo que sua presença é constante e fiel. Sua ação não se encerra apenas no fim total do corpo, mas age lentamente por meio da deterioração do biológico, com suas doenças e envelhecimento. Tudo isso é ação mortal. O autor do Evangelho de São Marcos registrou também essa angústia enfrentada por Jesus quando percebeu o seu fim próximo: "Sinto uma tristeza mortal, afasta de mim essa taça" (Mc 14, 34.36).
"Eu sou a vida" (Jo 14,6).
Apesar desta constatação de que a morte provoca sofrimento, dor, perda, saudades e corrosão lenta do corpo físico, o homem e a mulher buscaram ressignificá-la, dar um sentido. Nessa seara, as religiões se destacaram quando afirmam categoricamente que a morte não é o último discurso sobre o ser humano. Há uma vida preparada pelo criador como a coroação de toda a sua obra. Diante desse fato, pouco ou nada as Ciências podem falar. Trata-se de um ato de fé a crença na vida pós-morte.
Qual sentido, então, tem a celebração do Dia dos Fiéis Defuntos ou Dia dos Finados, como mais se conhece? Por que cristãos católicos romanos, ortodoxos e Anglicanos celebram? A resposta é simples: "Procurais Jesus Nazareno, o crucificado. Ressuscitou, não está aqui" ( Mc 16,6). Ou seja, os cristãos celebram porque acreditam que, pelo fato de Jesus ter ressuscitado, portanto ter vencido a morte, ela não é soberana sobre a existência do homem e da mulher, não dirá a última palavra. Há esperança. São Paulo chega a dizer: Se não há ressurreição dos mortos, tampouco Cristo ressuscitou; e se Cristo não ressuscitou, vã é nossa fé" ( ICor 15,13-14). O Mestre mesmo declarou: "Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá, e quem vive e crê em mim, não morrerá para sempre" (Jo 11,25-26).
Alguém poderia redarguir: "Isso é ato de fé". Verdade. Isso é ato de fé num acontecimento histórico ocorrido há mais de 2.000 anos, atestado pelo testemunho da Igreja Católica e demais denominações cristãs e pelas Sagradas Escrituras.
Oração
Senhor, todo amoroso, chamaste todos seres vivos à existência por puro ato de amor. Acolhe também a todos homens e mulheres que partiram desta vida , e que somente tu conheces a fé de cada um, nos teus braços de Pai todo compassivo e misericordioso. Por Jesus Cristo, nosso Senhor, na unidade do Espírito Santo, amém.
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