Há muito tempo não ouvíamos a expressão "a hora é esta" tão presente nos discursos dos agentes comunitários de saúde (ACSs) e agentes de combate às endemias (ACEs) de Salvador. Conscientizados das agruras que sofrem, vão se rebelando contra a intransigência da Prefeitura de Salvador, que há 6 anos não reajusta o salário nem implanta o Piso Nacional dos servidores.
De fato, trata-se de uma gestão dura, expert em estratagemas para desestimular os trabalhadores, como cortes de dias e resistência para garantir as demandas devidas aos agentes de saúde, tudo minuciosamente arquitetado. Na sua artimanha de desestimular a luta está a constituição da Mesa de Negociação, que nada mais é do que criar nos meios de comunicação o discurso falacioso de que está negociando as reivindicações dos servidores com as Entidades Unificadas..
"Não" é a palavra mais dita aos representantes sindicais pelo Secretário de Gestão, Thiago Dantas, durante as reuniões; aliás, a Aaces, a Aasa, a Adamacen e o Sindacs - BA travam uma batalha hercúlea contra a prefeitura. Os desgastes psicológico e físico são constantes na vida desses sindicalistas. Recentemente, um ACE que foi convidado para participar de uma dessas reuniões relatou com espanto e revolta a resistência dos gestores.
Apesar disso, as Entidades Unificadas estão, com muita competência e estratégia inteligente, conduzindo muito bem a tão longa e cansativa campanha salarial; não estão deixando nada a deixar no papel que lhes compete.. As divergências foram colocadas de lado, e o interesse da categoria sobrepondo-se a elas. Como diz Enádio Careca, "o que nos une é maior do que o que nos separa".
Oa ACEs e ACSs, por sua vez, perceberam a luta firme dos representantes e, gradativamente, estão participando e mostrando força que já incomoda a gestão. O prefeito não teme tanto as associações e sindicato unidos, mas se desespera com os servidores em massa nas ruas, denunciando as mazelas pelas quais passam. Por isso, muitos estão dizendo: "a hora é esta! Que seja mesmo!
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