Quando era candidato ao Palácio Tomé de Souza, ACM Neto prometera a alguns agentes de saúde se, eleito, implantaria o Piso Nacional. Vitorioso nas eleições, esqueceu a promessa feita. Pior. Realizou um mandato com mão de ferro. Não reajustou salário nem promoveu melhorias nas condições de trabalho dos servidores, sobretudo os agentes de combate às endemias (ACEs) e agentes comunitários de saúde (ACSs). Negou-se a sancionar projeto de lei que colocava os ACEs e ACSs no Grupo de Profissionais de Saúde, apesar da sanção não trazer nenhum ônus aos cofres públicos.
Mobilizações, paralisações e greves foram realizadas pela categoria, mas continuava intransigente, ameaçando e cortando o dia de trabalho dos servidores. Afeito a promessas, já no segundo mandato como prefeito de Salvador, chegou a afirmar que faria "história" na vida dos agentes. Todos pensávamos que, enfim, o Piso Nacional seria pago. Isso porque os recursos federais chegavam todo mês às contas da prefeitura e só dependia da boa vontade do gestor. Ledo engano. Continuávamos com o salário achatado e perdendo poder de compra.
Diante dessa negativa em cumprir a lei do piso, sindicatos e associações moveram ações na justiça a fim de que o direito fosse garantido. O governo ACM Neto moveu céu e terra para barrá-las. Atualmente, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) está prestes a julgar uma ação de repercussão geral, o que pode significar nossa glória ( acreditamos nisso) ou nossa perdição. Se o STF for a favor dos trabalhadores, não caberá mais nenhum questionamento sobre o pagamento do Piso Nacional. Se for contra, perderemos o direito. A ministra Carmen Lúcia será a relatora da ação. Se os ministros mantiverem o mesmo posicionamento que tiveram com o piso dos professores, obteremos êxito.
ACM Neto terminou seus mandatos sem implantar o Piso Nacional dos ACEs e ACSs, mas ainda pode fazer história derrubando-o não só para os agentes soteropolitanos, mas também para os agentes de saúde de todo Brasil. Quem viver verá.