O presidente Jair Bolsonaro amarga uma expressiva rejeição na desastrosa conduta que assumiu frente à disseminação do coronavírus. 51% dos brasileiros acham que ele mais atrapalha do que ajuda, segundo pesquisa de opinião. O mandatário defende abertura das escolas e do comércio indiscriminadamente, sendo por isso, confrontado pelo próprio governo, já que o ministro da Saúde, Henrique Mandetta, defende o isolamento social como maneira eficaz de conter a disseminação acelerada do coronavírus.
Cada vez mais isolado, Bolsonaro faz afagos a setores religiosos evangélicos, principais responsáveis pela sua eleição e sustentação governamental. Convocou-os para que neste domingo (5) fizessem um dia de oração e jejum. Trata-se de uma inteligente manobra de socorro que une fé e política; quer mostrar com isso que ainda tem força para desgovernar o Brasil.
O presidente só se esquece de que sua postura que valoriza mais os detentores do poder em detrimento dos mais pobres é uma denúncia grave contra o seu arranjado dia de oração e jejum. Sua pusilanimidade em criar políticas de transferência de renda para os que mais estão sofrendo com a pandemia do coronavírus só corrobora com sua hipócrita intenção religiosa. Seu discurso é claro em favor da economia. Há apoiadores seus que chegam ao cúmulo de afirmar que é preferível que 7 mil ou 10 mil morram, mas o importante é que a economia seja salva. Hipócritas!
Como afirma o profeta Isaías: " Por que jejuamos, e tu não viste? Por que nos humilhamos totalmente, e nem tomaste conhecimento? Acontece que vocês, mesmo quando estão jejuando, só cuidam dos próprios interesses e continuam explorando quem trabalha para vocês. Por acaso o jejum que eu escolhi não é este: romper as amarras da injustiça, desfazer as correntes da canga, pôr em liberdade os oprimidos e despedaçar qualquer canga? Por acaso não é repartir seu pão com quem passa fome, hospedar em casa os pobres sem abrigo, vestir aquele que se encontra nu, e não se fechar diante daquele que é sua própria carne?" ( Is 58,3-4.6-7).
Portanto, presidente, preocupe-se com os mais sofredores, prejudicados com essa situação crítica de saúde pública por que passa o mundo e o Brasil. Ponha em práticas políticas de transferência de renda para os desempregados, trabalhadores informais e os em vulnerabilidade social. Esse é o jejum que interessa. Cuide do povo! Agindo assim, seu jejum será ouvido. Este teatro armado hoje não passa de manipulação e jogada política para salvar um governo fadado ao fracasso.
Colocação tendenciosa sem embasamento científico muito semelhante a quem procura notoriedade política, dizendo se um canal de notícias e acaba mostrando lado político tendencioso querendo se firmar na fé e na dificuldade.
ResponderExcluirÓtimo texto, parabéns
ResponderExcluir