Os servidores municipais da Saúde de Salvador encerraram a greve. Segundo o acordado, os trabalhadores terão um incremento de 1,25% ,em setembro, sobre o vencimento básico mais os dias da paralisação abonados, mediante compensação. Apesar das mobilizações, a mudança de nível não ocorreu porque a prefeitura precisaria fazer a avaliação, o que não foi feito. Com a revogação do Art. 37 da Lei 7068/2010, a progressão de carreira que era aplicada automaticamente, no caso de a gestão não avaliar os servidores, não pode ser mais aplicada. Progressão de carreira, agora, só na campanha salarial do ano que vem, se houver avaliação.
Dessa forma, o resultado da campanha salarial ficou aquém do que desejava o movimento paredista. Além de um reajuste irrisório de pouco impacto salarial, a progressão de carreira ficou prejudicada. Isso prova o quanto a gestão não valoriza os servidores.
Se os agentes de saúde não tivessem seguido a orientação do Sindicato de Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combate às Endemias do Estado da Bahia (Sindacs - BA) e da Associação dos Agentes Comunitários e de Endemias de Salvador (Aaces), certamente seriam os mais prejudicados. Com um base de R$831,34, o reajuste pífio o elevaria para R$841,73, ou seja, reajuste de R$10,39.
A Aaces e o Sindacs - Ba preferiram trilhar uma nova estratégia de negociação, na qual prevaleceu o diálogo franco com transparência sem lançar mão de ataques pessoais ao prefeito ACM Neto. O resultado foi pouco desgaste aos agentes, além de ter a aplicação automática da mudança de nível. O base passou de R$831, 34 para R$877,07, ou seja, aumento de R$ 45,73. Não foi o ideal, mas o possível, mas , de longe, foi bem melhor do que o resultado da negociação para o encerramento da greve. Vale ressaltar que os servidores também conseguiram reaver o resíduo da progressão retida ilegalmente pela prefeitura, dividido em 12 parcelas, a partir de julho. Os trabalhadores que não aceitaram o parcelamento puderam judicializar junto ao Setor Jurídico da Aaces.
Certamente, muitos equívocos de estratégia foram cometidos pelos líderes do movimento paredista. Além disso, as críticas desferidas contra a Aaces e Sindacs - BA, bem como os outros sindicatos e associações, por terem fechado acordo com a gestão, mostraram-se insensatas com o término da greve. Ao contrário, a postura adotada por quem negociou e fechou acordo com a prefeitura sem se perder em ataques gratuitos à gestão foi ratificada como sendo equilibrada, sensata e com capacidade de negociação. Isso porque iniciar greve, xingar e fazer pantomima e, no final, não atingir nem de raspão o que se pretendia, não se pode afirmar que houve vitória, mas muitos desgastes.
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