Foto: Fernando Frazão/ Agência Brasil
      
    
 Diante da decisão do Comitê Olímpico Internacional e Comitê Organizador
 Rio 2016 de não incluir religiões de matriz africana no Centro 
Ecumênico na Vila Olímpica, a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção 
Bahia (OAB-BA), através da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa,
 manifestou repúdio. O Ministério Público Federal (MPF) recomendou que o
 comitê garantisse um espaço para culto das religiões de matriz africana
 durante os Jogos Olímpicos. O MPF, na recomendação, afirmou que tais 
religiões são alvos de violência sistemática e que o seu culto é 
garantido pelo artigo 5 da Constituição Federal e no Estatuto da 
Igualdade Racial. Na nota de repúdio, a OAB afirma que “episódios de 
intolerância religiosa são cotidianos em todo o Brasil, mas, numa 
Olimpíada onde o tema escolhido é ‘Viva a sua Paixão’, e sendo a 
religião uma fonte de vida para os seus fiéis, porquanto dê sentido e 
propósito à sua existência, além se ser caminho para atingir-se a 
plenitude da dignidade da pessoa, questiona-se a contradição aparente”. A
 OAB diz que o “Estado Democrático de Direito Brasileiro é laico, mas o 
seu povo, não, necessariamente”. “A soberania, condição não renunciável e
 nem delegável, que dá conta do poderio do Estado revela-se gravemente 
atacada, pois, se por um lado é incogitável autorizar a representação de
 todas as confissões religiosas existentes no mundo no Centro 
Inter-Religioso, por certo que os critérios de escolha das religiões a 
possuírem representação deveriam levar em consideração a legislação 
vigente no país que sedia os Jogos Olímpicos e suas tradições 
religiosas”, diz a manifestação. A seccional diz que há grave violação à
 Constituição e ao Estatuto da Igualdade Racial quando há “exclusão das 
religiões de matriz africana de evento desta natureza, com tamanha 
abrangência e repercussão”. “É preciso adicionar o critério da 
relevância histórica e cultural para o país sede e associá-lo à 
necessidade de conscientização popular, fomento ao respeito da 
pluralidade religiosa existente, blindando, via reflexa, a liberdade de 
crença, consciência e religião”, diz o texto da OAB-BA. Apenas cinco 
religiões têm representação no centro inter-religioso na Vila Olímpica: 
cristãos, judeus, muçulmanos, budistas ou hindus.
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