segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Rio 2016: OAB-BA repudia exclusão de religiões de matriz africana de centro ecumênico


Rio 2016: OAB-BA repudia exclusão de religiões de matriz africana de centro ecumênico
Foto: Fernando Frazão/ Agência Brasil
Diante da decisão do Comitê Olímpico Internacional e Comitê Organizador Rio 2016 de não incluir religiões de matriz africana no Centro Ecumênico na Vila Olímpica, a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Bahia (OAB-BA), através da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, manifestou repúdio. O Ministério Público Federal (MPF) recomendou que o comitê garantisse um espaço para culto das religiões de matriz africana durante os Jogos Olímpicos. O MPF, na recomendação, afirmou que tais religiões são alvos de violência sistemática e que o seu culto é garantido pelo artigo 5 da Constituição Federal e no Estatuto da Igualdade Racial. Na nota de repúdio, a OAB afirma que “episódios de intolerância religiosa são cotidianos em todo o Brasil, mas, numa Olimpíada onde o tema escolhido é ‘Viva a sua Paixão’, e sendo a religião uma fonte de vida para os seus fiéis, porquanto dê sentido e propósito à sua existência, além se ser caminho para atingir-se a plenitude da dignidade da pessoa, questiona-se a contradição aparente”. A OAB diz que o “Estado Democrático de Direito Brasileiro é laico, mas o seu povo, não, necessariamente”. “A soberania, condição não renunciável e nem delegável, que dá conta do poderio do Estado revela-se gravemente atacada, pois, se por um lado é incogitável autorizar a representação de todas as confissões religiosas existentes no mundo no Centro Inter-Religioso, por certo que os critérios de escolha das religiões a possuírem representação deveriam levar em consideração a legislação vigente no país que sedia os Jogos Olímpicos e suas tradições religiosas”, diz a manifestação. A seccional diz que há grave violação à Constituição e ao Estatuto da Igualdade Racial quando há “exclusão das religiões de matriz africana de evento desta natureza, com tamanha abrangência e repercussão”. “É preciso adicionar o critério da relevância histórica e cultural para o país sede e associá-lo à necessidade de conscientização popular, fomento ao respeito da pluralidade religiosa existente, blindando, via reflexa, a liberdade de crença, consciência e religião”, diz o texto da OAB-BA. Apenas cinco religiões têm representação no centro inter-religioso na Vila Olímpica: cristãos, judeus, muçulmanos, budistas ou hindus.
 
Bahianotícias

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