terça-feira, 2 de junho de 2015

Infectologista ensina a diferenciar tipos de 'viroses'; assista ao vídeo

'Norovírus' tem acometido muitos pacientes, que buscam as emergências.

Principal recomendação é evitar doenças através da higienização das mãos.

Do G1 BA, com informaçãoes da TV Bahia
Febre baixa, dores nas articulações, enjoo. Ana Paula Bringel, gestora de mídias sociais, está convivendo com esses sintomas há 15 dias sem saber direito o que tem. “Nesse período foi e voltou. Vinha uma febre e voltava durante o dia. Muito mais a dor nas articulações. Não sei se é por causa do trabalho. Eu trabalho muito tempo digitando. A dor nos dedos, nos punhos, no cotovelo”, relatou.
Ana Paula até tentou atendimento nas emergências, mas a fila de espera a fez desistir. Por isso, não está tomando nenhum medicamento. “Estou procurando me alimentar bem, comer bastante fruta, bastante legumes, chá para poder hidratar muito e conseguir ficar bem.
Assim como a gestora de mídia sociais, muita gente no escritório onde ela trabalha também está sentindo a mesma coisa. “No meu trabalho mesmo a gente até brincou que estava tendo rodízio. As pessoas estavam ficando doentes sem saber o que estava acontecendo e sempre com os mesmos sintomas", conta.
A suspeita é de que Salvador esteja passando por um surto do chamado "norovírus", que está lotando as emergências de hospitais e postos de saúde. O problema é que os pacientes não conseguem um diagnóstico preciso. Já que os sintomas são muito parecidos com os da zika, da dengue e da chikungunya.
"Esse termo virose é tão utilizado pelos médicos para diferenciar gravidade de doença. Quando um paciente comparece ao um centro de saúde, a uma emergência, com febre, diarreia, tosse ou dores musculares, dor de cabeça, ele precisa ser atendido naquele momento para diferenciar se existe gravidade ou se não existe gravidade. A maioria das viroses nós resolvemos com nosso próprio organismo. É por isso que o médico tem a função naquele momento de diferenciar se o paciente precisa de um atendimento tipo antibióticos para coberturas de bactérias. Quando fala que é uma virose, normalmente significa que a doença é branda e que o nosso organismo irá se resolver", explica o infectologista Vladimir Neco.
Simone da Silva, operadora de loja, esteve esperando por atendimento no posto de saúde do Marback, no Imbuí, por cinco horas. A filha dela, Luana, também apresenta sintomas do norovírus. “Três semanas com dor forte na cabeça, dor nos olhos e vômito", relata.
Já Eduardo Santos, segurança, sem o exame aprofundado, ele não sabe se está com dengue ou com o norovírus. “Febre muita, fazendo vômito também, os pés também inchados. Parece até que apanhei nos pés. Vou embora sem saber o que eu tenho", conta.
Diferenças
Segundo o infectologista Vladimi Neco, "norovírus" e "rotavírus" são diarreias virais. "Porém o rotavírus é muito mais agressivo. O norovírus, a doença dura de dois dias, no máximo três. E não tem febre. É muito raro um norovírus com febre. Os pacientes ficam bons com dois, três dias, sozinhos, somente com a hidratação e [medicamentos] sintomáticos. No caso do rotavírus, a doença já é febril, dores musculares, e a doença pode durar até uma semana, Inclusive o rotavírus, é uma das diarreias, no mundo, que matam crianças abaixo de dois anos de idade e idosos acima de 65 anos", aponta o especialista.
Ainda de acordo com o infectologista, a forma de transmissão é a chamada “fecal oral”. "Através de alimentos contaminados, principalmente frutas, folhas como alface, coentro, hortelã. E superfícies contaminadas como banheiros, onde o norovírus e rotavírus têm uma grande característica de disseminação. As pessoas que ficam doentes permancecem excretando os vírus pelas fezes, durante quatro semanas ou mais. Qualquer coisa que possa ter contato com essas fezes humanas pode contaminar e disseminar a doença, principalmente pelas mãos", explicou Vladimir Neco.
A principal forma de se evitar essas doenças é através da higienização das mãos. "Nessa época do ano, temos as viroses respiratórias como zirovírus, que é o resfriado comum e o influenza, que estamos na campanha de vacinação do H1N1. Só que agora, em Salvador, temos três grupos de vírus circulantes. A gente tem as viroses respiratórias, viroses intestinais e, ao mesmo tempo, circula o vírus da dengue, da chikungunya, e agora o vírus da zika", finalizou o infectologista.
G1 Bahia

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