Foto: Divulgação/ SSP
A Anistia Internacional vê a Rondesp como um grupamento da Polícia Militar que age “de forma ilegal, sem respeitar a lei”. A afirmação foi feita, ao Bahia Notícias, pelo assessor de direitos humanos da ONG, Alexandre Ciconello, nesta terça-feira (19). De acordo com ele, o grupo responde pela morte de Geovane Mascarenhas – assassinado na sede da corporação, após ter sido esfaqueado, queimado e ter tido partes do seu corpo queimadas -, pelas 12 mortes do Cabula – uma vingança da PM, de acordo com o Ministério Público - e está envolvido no desaparecimento do garoto Davi Fiúza, que sumiu no Parque São Cristóvão, no final de 2014, segundo Ciconello. “A Rondesp tem que agir dentro da legalidade. Faltam mecanismos de controle da tropa. Tem de existir, também, uma posição mais firme do Estado, que, em algumas falas, autoriza as ações”, analisou. O inquérito aberto pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) contra os nove policiais que agiram na ação que matou 12 pessoas no Cabula, de acordo ainda com o dirigente da ONG, foi importante, pois “destoa dos inquéritos da polícia”. “Só para exemplificar, o inquérito do caso Davi Fiúza diz que não tinha indícios da PM. No caso do Cabula tivemos a declaração do governador e do chefe da SSP [Secretaria de Segurança Pública, Maurício Barbosa]. Há uma lassidão dos comandos em exercer controle sobre esta tropa”, apontou. A ideia de “polícia cidadã”, propagada pelo governador Rui Costa durante a campanha de 2014, ainda “não foi posta em prática”, segundo a Anistia Internacional. “A Bahia precisa de uma política explícita de diminuição da letalidade. Rui Costa teve a oportunidade de se pronunciar durante o primeiro momento do caso Cabula e fez isso de forma muito ruim. A declaração dele autorizou, de certa forma, práticas como aquela. O governo não colocou em prática esta tal polícia cidadã”, criticou o assessor da ONG.
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