por Lígia Formenti | Estadão Conteúdo
Foto: Ilustrativa
O Conselho Federal de Medicina, Sociedade Brasileira de Pediatria e
Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia
lançaram na sexta-feira (7) um alerta para tentar refrear o avanço de
casos de sífilis congênita no País. No documento, endereçado para a
população em geral, autoridades e médicos, as entidades recomendam a
adoção de medidas urgentes para tentar reduzir o avanço da doença. Como
revelou o jornal O Estado de S. Paulo, a taxa de bebês com sífilis
congênita em 2015 foi de 6,5 casos a cada mil nascidos vivos - 13 vezes
mais do que é tolerado pela Organização Mundial de Saúde e 170% a mais
do que o registrado em 2010. Diante dessa situação, o Ministério da
Saúde deverá lançar nas próximas semanas um plano para tentar conter a
doença. "A situação da sífilis no Brasil está fora de controle", afirma o
presidente da Sociedade Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia do Rio,
Mauro Passos. "Os números são vergonhosos. É inadmissível o País ter
uma taxa como essa de uma doença que pode ser prevenida", completou o
médico. "Vivemos numa situação de emergência epidemiológica. E algo
precisa ser feito", completou Sidnei Ferreira, da Sociedade Brasileira
de Pediatria. O crescimento de casos não ocorre apenas para sífilis
congênita. Números obtidos pelo Estado mostram que a sífilis em gestante
passou de 3,7 para 11,2 casos a cada mil nascidos vivos, um aumento de
202%. Para sífilis adquirida (denominação dada para sífilis na população
em geral) a taxa é de 42,7 casos a cada 100 mil habitantes. A sífilis
congênita pode levar à morte do bebê. Transmitida durante a gestação, a
doença pode ser evitada caso a gestante faça um tratamento, ainda nos
primeiros meses de gravidez. Números obtidos pela reportagem, no
entanto, mostram que, no ano passado, 50% dos diagnósticos ocorreram no
último trimestre da gravidez.
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