Os bancários entram em greve nesta terça-feira, 6, em todos os estados do país, após quase dois meses de negociações fracassadas entre as representações de trabalhadores e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), braço sindical da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban).
Na Bahia, a paralisação foi aprovada na última quinta, em assembleia no Ginásio Esportivo dos Bancários, nos Aflitos. Nesta segunda, 5, no mesmo local, uma reunião esvaziada - com cerca de 60 trabalhadores - organizou a atuação de sindicalistas no fechamento de agências nos municípios e outras ações de greve.
Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Augusto Vasconcellos, apenas 30% da categoria que trabalha na compensação bancária permanecerá trabalhando.
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Caixas eletrônicos funcionarão enquanto estiverem abastecidos e outros serviços serão interrompidos. A Bahia, conforme o sindicalista, possui cerca de mil agências e 20 mil trabalhadores (aposentados e ativos).
Negociação
Entre as reivindicações da categoria estão o aumento salarial de 16%, melhorias na participação em lucros e resultados, ampliação de contratações, fim das demissões e combate ao assédio moral. Em seis rodadas de negociação realizadas até agora, a Fenaban ofereceu 5,5% de reajuste salarial aos trabalhadores e não fez contraproposta nos outros itens.
Para Augusto Vasconcellos, a proposição "está aquém" da realidade financeira dos patrões. "Os bancos fazem parte do setor mais lucrativo da economia, não há crise para eles, porque os impostos estão lá em cima", argumentou ele, lembrando do lucro de R$ 60 bilhões das empresas bancárias no ano passado.
De acordo com o sindicalista, o cenário político e a falta de avanços nas negociações com as representações patronais desenham uma greve extensa. A conquista mínima para o fim da paralisação, conforme apuração da equipe de A TARDE, seria um aumento salarial real (acima da inflação).
A categoria faz passeata nesta quarta, 7, 16h, na avenida Sete de Setembro (Mercês), com concentração e saída da sede do sindicato. Logo depois, às 18h, uma assembleia avaliará o movimento e traçará estratégias, no Ginásio Esportivo dos Bancários.
Apesar do esvaziamento da reunião desta segunda, sindicalistas afirmam que a categoria está mobilizada.
"Essa foi uma assembleia organizativa. Nós estamos mobilizados e essa mobilização vai crescendo durante a greve, vamos ganhando adesão da categoria e construindo uma paralisação forte", defendeu Augusto Vasconcellos.
A Tarde
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