ACEs e ACSs de Salvador: Impressão que fica é que estão ficando para trás

Em cerimônia realizada no Palácio do Planalto com diversas autoridades ontem(8), inclusive o mandatário maior da República, Jair Bolsonaro, foi lançado o Programa Saúde com Agente. Trata-se de uma capacitação para os agentes comunitários de saúde (ACSs) e agentes de combate às endemias (ACEs) que, além de promovê-los ao nível de técnico, vai lhes proporcionar novas competências nas atividades desenvolvidas junto aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). A formação está prevista para acontecer a partir de março de 2021 com 50% das aulas on-line e 50% presenciais durante 35 semanas, o que equivale a quase 9 meses.

Nessa esteira de novidades às duas categorias, foram publicadas as portarias que garantem o incentivo financeiro de R$1.550, que é - na verdade - o novo valor do Piso Nacional dos servidores a partir de 1º de janeiro de 2021. É certo que muitos agentes de saúde estejam festejando, mas a realidade vivenciada pelos ACEs e ACSs na gestão de ACM Neto é de puro desgosto.

Não se sabe, ainda, como será implementada a capacitação que desembocará na formação técnica dos trabalhadores. Além disso, a implantação do Piso Nacional padece de uma longa e dolorosa via crucis que já sangra há 6 seis anos no muro espinhoso e intransigente do prefeito ACM Neto, numa cabal demonstração de que os agentes não são valorizados. Para tornar a crucificação financeira desses profissionais de saúde mais dolorosa, faz mais de 5 anos que não têm reajuste salarial, o que obrigou a muitos ao inferno do empréstimo bancário.

Salvador é, atualmente, a pior capital no trato de valorização e reconhecimento salarial dos ACEs e ACSs do Brasil. O quadro que se desenha não é uma arte contemplável por ninguém, sobretudo pelo fato de Neto ter feito sucessor. A luz no fundo do túnel talvez seja o milagre de agregar os agentes em torno de uma estratégia mínima que possibilite a organização para a luta. Quem viver verá.