A maneira como nosso sistema político-partidário está organizado só favorece à elite capitalista, que pode fazer derrame de dinheiro. Bruno Reis foi eleito com gastos superiores a 8 milhões. Portanto, uma campanha milionária. Seria ingenuidade imaginar que apenas a boa avaliação do prefeito ACM Neto fosse a responsável pela vitória do demista. Além do poder econômico, quem domina os meios de comunicação possui grandes probabilidades de sucesso eleitoral. O grupo de ACM Neto graceja nessa área.
Os movimentos sociais e populares, desprovidos desses instrumentos, a duras penas conseguem eleger um representante. E isso só ocorre quando conseguem fazer estratégias inteligentes e conscientizar parte do eleitorado - geralmente a menor parcela. Trata-se de um processo moroso, lento e desgastante. O sistema eleitoral impõe ao eleitor a comercialização do voto, a troca por algum benefício, seja dinheiro, material de construção, dentadura seja uma cirurgia...
Dessa forma, ou se faz adesão ao sistema ( a maioria faz), ou se aposta na conscientização, no emprego de novas táticas. Além disso, talvez a mais eficaz seja a união dos movimentos populares num objetivo comum. Nessa eleição, o aumento das candidaturas coletivas aponta para uma alternativa bem interessante para quem não detém os recursos, a mancheias, dos detentores do status quo.
Berros, gritos e desequilíbrios não elegem ninguém; Bolsonaro é uma exceção, mas obteve perdas acachapantes nas eleições deste ano: dos 78 candidatos apoiados por ele, apenas 1 conseguiu êxito. Nós, agentes de saúde, sequer um elegemos em Salvador; outros municípios foram mais felizes. As eleições terminaram. Se as lições não forem aprendidas, só vai restar o choro de perdedores aos pés do caboclo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário