terça-feira, 29 de agosto de 2017

Campanha Salarial de 2017: o imbróglio do PCV dos ACEs e ACSs de Salvador


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O ano de 2017 está se findando, mas o reajuste salarial dos servidores da Prefeitura de Salvador está longe de  chegar a  desfecho favorável aos trabalhadores. O governo ACM Neto criou Mesa de Negociação para “discutir’ a pauta de reivindicações, apresentada pelos sindicalistas, apenas para dizer que o aumento é de 0%. Parece piada, mas é essa a velha estratégia usada pela gestão a fim de alardear aos quatro cantos que não é inflexível e que se  senta à mesa para negociar. Puro engodo.

Aos Agentes Comunitários de Saúde (ACSs) e Agentes de Combate às Endemias (ACEs) querem dar  5,5% de progressão – que deveriam ser aplicados em 2016 -, como se fossem reajuste salarial. Outro engodo. Essa progressão deve ser aplicada imediatamente. A Lei 7.867/2010 garante esse direito aos agentes de saúde. Portanto, não se trata de  reajuste salarial , e sim de avanço na careira., não sendo necessário nenhum acordo por parte dos trabalhadores para que a lei seja cumprida.

E o Plano de Cargos e Vencimentos (PCV) dos ACSs e ACSs? Por que esse imbróglio em torno de sua criação? Será ruim à categoria ter um PCV específico?
Primeiro há de se fazer um discernimento. A resistência ao PCV dos agentes de saúde está vindo dos mesmos que se opuseram à possibilidade de mudança do regime celetista para o estatutário. Criaram tantos “contras”, tantos “poréns”, que parecia que o que estava sendo proposto seria algo terrível para os servidores. Se dependessem deles, os agentes de Salvador não seriam estatutários hoje. Não só isso, mas a antecipação das gratificações passou pela mesma situação.

Segundo. Qual ACE ou ACS que, tendo concluído graduação ou pós-graduação, teve algum avanço na carreira? Nenhum! Entrou para o PCV da Saúde pelos fundos, feitos patinhos feios, pouco significado efetivo teve. Hoje os agentes servem mais para engrossar o caldo de ganho de outros servidores do que para eles mesmos. Ninguém venha com argumento falacioso afirmar que, com isso, procura-se criar divisão, rixa ou algo afim. Não! Jamais! Os agentes caminham juntos, mas querem ter seus direitos garantidos e autonomia, caminhar  com os próprios pés, a exemplo dos agentes de trânsito e dos professores.
Terceiro. A Lei 12.994 de 2014, que institui piso salarial nacional dos ACEs e ACSs, prevê no Art. 9º-G.  Os planos de carreira dos Agentes Comunitários de Saúde e dos Agentes de Combate às Endemias deverão obedecer às seguintes diretrizes:
I - remuneração paritária dos Agentes Comunitários de Saúde e dos Agentes de Combate às Endemias;
II - definição de metas dos serviços e das equipes;
III - estabelecimento de critérios de progressão e promoção;
IV - adoção de modelos e instrumentos de avaliação que atendam à natureza das atividades, assegurados os seguintes princípios:
a) transparência do processo de avaliação, assegurando-se ao avaliado o conhecimento sobre todas as etapas do processo e sobre o seu resultado final;
b) periodicidade da avaliação;
c) contribuição do servidor para a consecução dos objetivos do serviço;
d) adequação aos conteúdos ocupacionais e às condições reais de trabalho, de forma que eventuais condições precárias ou adversas de trabalho não prejudiquem a avaliação;
e) direito de recurso às instância.

Ou seja, o artigo da Lei 12.994 de 2017 cria especificidades no PCV dos agentes de saúde que o PCV dos servidores da saúde não contempla. Além disso, com a criação do plano, os ACSs e ACEs terão reajuste significativo, bem como terão sua formação reconhecida com avanço progressivo no seu PCV específico.
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Sendo assim, será de grande valia a criação e implementação  do PCV dos agentes de saúde de Salvador. Se  souberam recuar um passo para ajudar os demais servidores quando da implementação do seu Planão, nada mais do que justo terem a compreensão e ajuda desses trabalhadores a fim de que o PCV dos ACEs e ACSs seja criado.  Os que se opõem talvez temam pela autonomia que esse plano dará à categoria, mas se equivocam porque autonomia não é sinônimo de individualismo, e sim de caminhada com garantia de isonomia e de direitos garantidos.

Ubiraci Moraes é licenciado em Letras e Pedagogia, pós-graduado em Met. de Língua Portuguesa e ACE

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Em TAC proposto pelo MPT, ACM Neto não poderá cortar salário de grevistas


Por Redação BNews | Fotos: Gilberto Júnior / Bocão News


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A prefeitura de Salvador deve assinar um Termo de Compromisso de Ajuste de Conduta (TAC) com o Ministério Público do Trabalho da Bahia (MPT-BA) nos próximos dias. A audiência está marcada para o próximo dia 4 de setembro.
De acordo com documento obtido pelo BNews, o termo é referente a uma greve de servidores municipais, ocorrida em 2016. Na oportunidade, os trabalhadores pediam um reajuste linear de 17% para todas as categorias do funcionalismo público municipal. Sobre o auxílio-alimentação, eles reivindicavam que o valor passe de R$ 14 para R$ 25. 
Segundo o documento elaborado pelo MPT-BA, a prefeitura deve “abster-se de praticar qualquer ato antissindical, nos termos das Convenções 87 e 98 da OIT, do artigo 8º da Constituição da República e da Lei nº 7783/89, tais como ameaça de corte de salário com o objetivo de criar obstáculos aos movimentos grevistas, corte de salário indiscriminado, registro equivocado das faltas decorrentes de greve e outros”.
Outra cláusula estabelecida é que a prefeitura também deve “abster-se de praticar qualquer ato (omissivo ou comissivo) que discrimine ou proceda a medidas de retaliação ou assédio moral a trabalhador por sua participação em entidade sindical ou atos organizados por tais entidades, inclusive em greves e paralisações, assegurando-se aos trabalhadores os direitos previstos na Lei de Greve”. O descumprimento implica em multa de R$ 50 mil por cláusula.
Em março de 2016, o prefeito chegou a ficar irritado com protesto feito pelos servidores na reinauguração da Estação da Lapa. “Não vou ter medo de cortar ponto de servidor que não trabalha. Esse aqui não é o governo da propaganda. Eu divulgo obras inauguradas e não em execução. Não divulgo obras do governo passado. E ainda tenho que contar com a presença das viúvas do PT na nossa festa”, rebateu o demista na época.

Matéria do Bocão News editada pelo Blog Bira - Agente de saúde

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