por Roberta Pennafort | Estadão Conteúdo
Foto: Reprodução / O Imparcial
Entre 1950 e 2000, o porcentual de idosos (60 anos ou mais) na
população brasileira ficou abaixo de 10%, taxa semelhante às verificadas
nos países menos desenvolvidos. A partir de 2010, os índices começam a
se aproximar dos verificados em países mais desenvolvidos, que
experimentam o processo de envelhecimento da população desde os anos
1950. Em 2070, a estimativa é que a proporção de idosos brasileiros
esteja acima de 35%, superior ao indicador dos países ricos. A conclusão
está na Síntese de Indicadores Sociais, que o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) divulga nesta sexta-feira (2). Segundo
projeções populacionais da ONU, os idosos brasileiros representavam
11,7% da população em 2015, e esse número dobraria em 24,3 anos (ou
seja, em 2039). No mundo, a proporção de idosos é de 12,3% e dobraria só
em 55,8 anos (em 2071). O IBGE ressalva que em suas estimativas, o
índice de idosos em 2015 era de 14,3%, acima do número da ONU. Na
comparação só com as regiões mais desenvolvidas, verifica-se que o
patamar de idosos brasileiro de 2015 já havia sido atingido em 1952 por
esses países. Já as nações mais pobres só alcançarão esses patamares em
2022. Em 2005, a esperança de vida ao nascer era de 72 anos no Brasil.
Em 2015, 75,4 anos (79,1 para mulheres e 71,9 para homens). Com o
aumento do número de idosos e a redução da fecundidade e do número de
jovens, a razão de dependência no Brasil, ou seja, o peso da população
inativa (de 0 a 14 anos e de 65 em diante) sobre a potencialmente ativa
(de 15 a 64 anos) estava em 2015 em 54,7, ante 57,2 em 2005. O resultado
é um maior impacto na previdência social e na assistência de saúde a
essa população acima dos 60 anos. Entre os idosos, diminuiu a proporção
de ocupados que recebiam aposentadoria, de 62,7% para 53,8%. É um
reflexo das mudanças na legislação que postergaram a concessão da
aposentadoria, segundo o IBGE. Com inserção cada vez maior no mercado de
trabalho, os idosos são vulneráveis, em sua maioria, por não serem
qualificados: 65,5% têm ensino fundamental incompleto.
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